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Depois de 22 dias de impasse, o economista Martín Redrado renunciou ao cargo de presidente do Banco Central da Argentina. "Cumpri com a Carta Orgânica do BC e com o dever de funcionário público. Decidi me afastar definitivamente da presidência do Banco Central, com a satisfação do dever cumprido", disse Redrado em entrevista coletiva à imprensa, por volta das 22h10 de ontem, em Buenos Aires

Redrado foi destituído do cargo no dia 7 de janeiro, por decreto, depois de ter desobedecido ao pedido da presidente Cristina Kirchner para direcionar US$ 6,6 bilhões das reservas internacionais do país para o pagamento dos vencimentos da dívida pública argentina em 2010. O economista recorreu à Justiça, que suspendeu, em primeira e segunda instâncias, o decreto de exoneração.

"Chegamos a este conflito por causa do permanente avassalamento das instituições por parte do Poder Executivo", argumentou Redrado. Ele acusou o governo Kirchner de querer usar as reservas internacionais, que, segundo ele, representam os interesses argentinos, para diferentes motivos. "Chegamos a esta situação porque coloquei limites ao avassalamento do governo sobre as reservas. E não foi a primeira vez que coloquei limites. Durante muitos anos tentaram fazer coisas distintas com as reservas, como comprar ações da YPF ou pagar ao Clube de Paris", afirmou Redrado.

O economista ressaltou que cumpriu as etapas constitucionais e o dever institucional como presidente da autoridade monetária nos últimos cinco anos e quatro meses de mandato. Na próxima terça-feira, a comissão especial do Congresso vai emitir um parecer sobre a exoneração de Redrado.

O funcionário estava afastado da liderança formal do Banco Central desde domingo, quando a polícia o impediu de entrar em seu gabinete. Após o episódio, Redrado foi à polícia para denunciar o chefe de gabinete de Cristina, Aníbal Fernandez, que teria ordenado a ação. Cristina afirmou que a ordem de enviar a polícia para o prédio atendia a um pedido presidencial para que Redrado não voltasse "nunca mais ao Banco Central".

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