Com a menor pressão dos preços dos alimentos e transportes, a prévia da inflação desacelerou mais do que o previsto pelo mercado na passagem de maio para junho, mostram dados divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (21).
O IPCA-15 ficou em 0,40%, bem abaixo do índice registrado em maio (0,86%) e do mesmo mês do ano passado (0,99%). Desta forma, o índice acumulado em 12 meses caiu de 9,62% para 8,98%.
Foi o menor índice para meses de junho desde 2013, quando ficou em 0,38%.
A prévia da inflação acumula, assim, 4,62% no ano, bem abaixo dos 6,28% do primeiro semestre do ano anterior. Apesar da perda de fôlego, ela já superou o centro da meta da inflação oficial de 2016 inteiro, de 4,5%.
Vale lembrar que o IPCA-15 segue a metodologia do IPCA, a inflação oficial. O que diferencia as duas pesquisas é o período de coleta. O IPCA-15 considera a variação de preços até meados do mês.
Setores
Um dos principais responsáveis pela desaceleração do IPCA foi o grupo de alimentação e bebidas. Os preços desse grupo tinham subido 1,03% em maio. Já na prévia de junho, a alta foi bem, menor, de 0,35%, segundo o IBGE.
Vários produtos tiveram o preço significativamente reduzido. É o caso da cenoura (-25,63%), do açaí (-9,06%), do tomate (-8,10%), das frutas (-5,43%) e das hortaliças (-3,82%).
Mesmo assim, alguns alimentos ainda pressionaram na prévia do mês, como é o caso do feijão-carioca (16,38%) e do leite (5,35%).
Outro grupo de preços que contribuiu para uma inflação menos salgada no mês foi o de transportes, com deflação (queda de preços) de 0,69%. Ele ajudou a retirar 0,13 ponto percentual da inflação no mês.
Neste caso, o principal motivo para o resultado foi o etanol, que ficou 6,60% mais barato na prévia da inflação de junho. Ele influenciou também o preço da gasolina, cujo litro registrou uma baixa de 1,19%.
Em alta
O IPCA-15 só não desacelerou ainda mais porque o reajuste de alguns preços administrados atrapalhou. É o caso da taxa de água e esgoto, com alta de 4,5%. Sozinha, ela representou um impacto de 0,07 ponto percentual na prévia da inflação.
Segundo IBGE, isso ocorreu pela influência das regiões metropolitanas de Belo Horizonte (13,20%), onde houve um reajuste de 13,90% em 13 de maio. E em São Paulo (7,79%), com reajuste da Sabesp em maio.
Segundo economistas consultados pelo boletim Focus, do Banco Central, a inflação vai continuar perdendo fôlego nos próximo meses e fechar o ano a 7,25%, após ter encerrado o ano passado a 10,67%.
Com a perspectiva de desaceleração da inflação, aliada à recessão em curso na economia, os economistas preveem que o Banco Central deve cortar os juros básicos (Selic) dos atuais 14,25% para 13% até o fim do ano.
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