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| Foto: SpaceX/Divulgação

O japonês bilionário Yusaku Maezawa, famoso por desembolsar uma quantia recorde num quadro do artista Basquiat em 2017, pretende fazer história novamente ao virar o primeiro turista a orbitar a Lua.

O colecionador de arte, ex-músico indie e empresário da moda de 42 anos foi anunciado nesta segunda-feira como o passageiro misterioso pelo fundador da SpaceX, Elon Musk, na sede da empresa em Los Angeles.

Musk afirmou que a viagem será feita com o mega foguete da empresa, o Big Falcon Rocket (BFR), que ainda não está pronto.

A última vez que o homem orbitou, ou mesmo pisou na Lua, foi há 46 anos, na missão derradeira do programa Apollo da Nasa, em 1972. Apenas 24 astronautas, todos homens e americanos, já visitaram o satélite natural da Terra e apenas 12 desceram para uma caminhada lunar. 

A primeira missão tripulada a orbitar a Lua aconteceu em 1968. Sete meses depois, em julho de 1969, Neil Armstrong (1930-2012) dava seu “pequeno passo para um homem, um salto gigantesco para a humanidade”, como declarou na época.

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Maezawa tem uma fortuna avaliada em US$ 3 bilhões pela revista “Forbes”. Em 2017, apareceu na imprensa do mundo todo ao pagar US$ 110 milhões por uma pintura de Jean-Michel Basquiat (1960-1988), maior valor para uma obra de artista americano em leilão.

Maezawa, o provável primeiro turista virtual a orbitar a Lua.MARIO TAMA/AFP

Além da extensa coleção de arte contemporânea, com a qual pretende abrir um museu no Japão, Maezawa é dono de um império de moda online no Japão. Sua empresa Start Today reúne uma série de lojas de roupas na internet, como a Zozotown, que declara ser a maior do país. Recentemente, lançou um serviço digital para tirar medidas do corpo e personalizar ternos e calças.

Ele começou sua carreira como músico. Deixou de ir à faculdade para tocar com sua banda de indie rock na Califórnia e, ao voltar ao Japão em 1995, passou a vender catálogos de CDs e discos pelo correio. Excêntrico, chegou a fazer um anúncio de resultados da Start Today vestido de cogumelo, em 2010.

Na quinta-feira passada, Musk havia dado uma dica de que o passageiro misterioso poderia ser japonês. No Twitter, ele respondeu com um emoji da bandeira japonesa aos que perguntavam se seria ele próprio.

Desde então o nome de Maezawa tomou conta dos rumores.

Apesar do bom momento da SpaceX, Musk passa por tempos conturbados na liderança de sua outra empresa, a Tesla. As ações da montadora de carros elétricos chegaram a cair 6 por cento no começo do mês, após Musk aparecer num programa de rádio e fumar maconha com o apresentador.

O presidente-executivo também chegou a falar numa mídia social que tinha financiamento garantido para fechar o capital da Tesla quando as ações chegassem a US$ 420 (R$ 1.741). A SEC (comissão de valores mobiliários e câmbio dos Estados Unidos) abriu um inquérito para investigar o caso.

Custo da viagem

Ninguém sabe o preço do ingresso, mas há uma corrida intensa para se voltar à Lua.

A companhia de turismo americana Space Adventures, única que já levou turistas à Estação Espacial Internacional (ISS) com ajuda da agência espacial russa (oito no total), também quer embarcar seus clientes à Lua, em voos orbitais, sem pouso. 

Não há previsão de quando. Uma assessora disse ao site The Verge que o preço poderia chegar a US$ 175 milhões. 

O primeiro turista espacial foi o engenheiro americano Dennis Tito, 78. Ex-cientista da Nasa, ele teria pago a Space Adventures US$ 20 milhões para visitar à ISS, em 2001.

A Nasa paga US$ 80 milhões aos russos por cada assento na Soyuz quando precisa mandar seus astronautas à estação espacial, já que não tem nave própria desde 2011. Mas a agência espacial americana tem um projeto ambicioso, chamado Constellation, para voltar à Lua em 2020 e passar alguns meses.

Já o Brasil teria pago US$ 10 milhões para levar o astronauta Marcos Pontes à ISS, em 2006.

Foguete de Musk

No começo de 2017, Musk afirmou que a empresa levaria dois turistas pagantes ao redor da Lua até o final de 2018. Na época, comentou que usaria seu foguete reutilizável Falcon Heavy. Porém, como algumas de suas promessas, o plano não se concretizou.

Agora a ideia é utilizar outro foguete, o Big Falcon Rocket (BFR), que tem mais de duas vezes a capacidade de carga útil do Falcon Heavy (150 toneladas em uma órbita terrestre baixa), mas que ainda não está pronto. 

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O BFR é a menina dos olhos de Musk e sua aposta para conseguir chegar a (e voltar de) Marte. Antes disso, a SpaceX pretende usar o foguete para levar cargas e astronautas à Estação Espacial Internacional, lançar uma rede de satélites para internet de baixo custo em todos os cantos do planeta e realizar voos espaciais para destinos terrestres. 

A SpaceX foi fundada há 15 anos na Califórnia. Apesar de alguns lançamentos terminarem em explosões no início, a empresa é hoje a única que consegue reutilizar seus foguetes fazendo-os retornar à Terra em pousos controlados.

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