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A fila de caminhões que volta a se formar em direção ao Porto de Paranaguá é apenas o prenúncio de mais um ano difícil para o agronegócio. E desta vez o problema não é o clima e muito menos os preços internacionais. Após três anos de prejuízo, os produtores do estado vivem um ano de safra cheia e cotação acima da média histórica.

Mas o resultado do campo nem sempre encontra respaldo quando o assunto é escoamento da produção, em especial aquela destinada à exportação. Na última grande safra (2003/04), quando o Paraná bateu recorde no volume de grãos, a fila de caminhões atingiu 100 quilômetros. Nas safras seguintes (04/05 e 05/06), quando a produção sofreu com a estiagem, praticamente não houve filas.

Em 2004, quando o caos se estabeleceu à margem da BR-277, o Porto de Paranaguá saiu atrás de culpados, como acontece agora, quando chama à responsabilidade produtores rurais e cooperativas. Eles são acusados de fazer dos caminhões silos ambulantes.

Enquanto isso, deixa-se de explorar o problema do ponto de vista técnico e econômico, mesmo porque seria inviável usar caminhões como armazéns. A capacidade de armazenagem do estado está muito próxima do volume produzido e fica muito caro manter caminhão e motorista parado na pista, venha de onde vier a produção.

Resta, portanto, o questionamento sobre a eficiência operacional do porto. Pode até ser que esse desempenho esteja relacionado a fatores externos, como insiste a Appa. Mas se a discussão resume-se a acusações, e não alcança soluções, o estado corre o risco de bater seu próprio recorde de fila em direção ao porto.

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