Brasília A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou ontem os números finais para a safra 2005/2006 e estimou colheita de 119,9 milhões de toneladas de grãos e algodão no período. Praticamente todas as lavouras do país já foram colhidas 95% do total de 47,3 milhões de hectares. Segundo o presidente da estatal, Jacinto Ferreira, restando apenas algumas áreas cultivadas com feijão no Nordeste. Na comparação com o ano-safra anterior, a produção agrícola cresceu 5,3%. No ano passado, quando a colheita foi de 113,9 milhões de toneladas, o desenvolvimento das lavouras foi muito prejudicado pelo clima seco, principalmente no sul do Brasil.
Ferreira explicou que a produtividade foi o principal fator para manutenção do crescimento da produção, especialmente nas culturas de milho, arroz e algodão. Na média de todos os produtos agrícolas cultivados no país, a produtividade das lavouras aumentou 9,3%, para 2.538 quilos por hectare em 2005/06. Para o governo, o ano-safra vai de julho a junho.
As lavouras da safra 2006/07 começam a ser cultivadas em meados de setembro. O presidente da Conab avalia que a redução dos custos de produção pode chegar a 20%. Para ele, houve uma queda nos preços dos produtos que têm paridade em dólar por causa da desvalorização da moeda norte-americana frente ao real. O presidente da Conab citou, por exemplo, a redução dos gastos com fertilizantes e fungicidas. Salientou, ainda, que houve redução nos chamados custos bancários, ou seja, são menores os desembolsos do produtor pelo dinheiro oferecido pelo governo. No entanto, lembrou que os produtores gastarão mais com mão-de-obra em virtude do reajuste do salário mínimo. A primeira estimativa da Conab para a safra 2006/07 será divulgada no começo de outubro.
Trigo
Ferreira disse ainda que o Brasil precisará importar mais trigo neste ano. Para atender à demanda interna, as importações devem somar 7 milhões de toneladas em 2006, contra 6 milhões de toneladas no ano passado. O aumento é reflexo da forte queda na produção nacional. De acordo com a Conab, ela será de 3,159 milhões de toneladas queda de 35,2% em relação ao produzido em 2005, que foi de 4,873 milhões de toneladas. A área plantada caiu 25,9%, de 2,361 milhões de hectares para 1,749 milhão de hectares. Ele explicou que três fatores determinaram a redução: queda de preço, descapitalização dos produtores e atraso no plantio em virtude de problemas climáticos.
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