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Curitiba – Após quatro meses consecutivos de expansão, a produção industrial brasileira caiu 2,5% em julho, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda do indicador, a maior desde janeiro de 2003 – início do governo Lula – , fez o nível de produção retornar a um patamar ligeiramente superior ao de abril deste ano. Em relação a julho de 2004, houve leve aumento de 0,5%, desempenho que é o pior nesta base de comparação desde setembro de 2003. Outro dado que aponta a perda de ritmo da produção é o acumulado de janeiro a julho, que apontou crescimento de 4,3%, abaixo do desempenho do primeiro semestre, que havia registrado expansão de 5%.

A queda da produção em julho já era esperada pelo mercado, mas foi maior do que se esperava. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão ligado ao Ministério do Planejamento, previa que a produção recuasse de 0,5% a 1%. O indicador é avaliado como o primeiro a dar sinais do menor fôlego da economia no terceiro trimestre.

O boletim Indicadores Industriais, publicado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), já apontava uma estabilização da atividade industrial em julho, depois do expressivo crescimento verificado no segundo trimestre do ano. De acordo com a CNI, as vendas da indústria caíram 0,33% na comparação com junho. No Paraná, a queda mensal das vendas foi mais expressiva, de 7,82%, segundo a pesquisa publicada pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).

Para o presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, a queda da produção indicada pelo IBGE é explicada "pela política econômica recessiva, ancorada nas elevadas taxas de juros". "Nem o Paraná nem o Brasil estão crescendo e as empresas que mais sofrem são as micro e pequenas. Os últimos dados do IBGE mostram o que já estamos alertando há tempo: a indústria está estagnada e o clima é de recessão. Não há como o governo federal querer disfarçar o cenário econômico", disse. Rocha Loures defende que é preciso criar condições para a retomada do crescimento e a valorização do setor produtivo. "O que é ainda pior é que os exportadores também estão céticos e prevêem que os negócios podem piorar nos próximos seis meses."

Segundo o IBGE, o recuo observado em julho foi generalizado e atingiu 20 das 23 atividades pesquisadas com ajustado sazonal. As retrações mais significativas foram registradas em veículos automotores (-4,6%), material eletrônico e equipamentos de comunicações (-10,7%) e máquinas e equipamentos (-5,7%).

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