• Carregando...
Nível da atividade industrial em março foi classificado como o maior da história |
Nível da atividade industrial em março foi classificado como o maior da história| Foto:

Fábrica de caminhões estuda investir no PR

Carlos Guimarães Filho

O Paraná pode ser o estado brasileiro escolhido pela empresa de caminhões norte-americana Paccar para construção da sua primeira planta no Brasil. De acordo com o secretário de Estado da Indústria e Comércio, Ricardo Barros, os executivos da empresa já estiveram na capital paranaense. Na ocasião, foram apresentados os benefícios do Paraná Competitivo, programa de benefícios fiscais criado pelo atual governo. "Nós estamos prospectando. Tivemos um encontro com os executivos e apresentamos a nossa oferta, que é o Paraná Competitivo", diz Barros.

Além do Paraná, outros quatro estados estão na disputa pelo investimento. A previsão é de que a Paccar, que já vende seus produtos para mais de cem países, invista aproximadamente R$ 200 milhões na construção da nova planta. Segundo Barros, caso o estado seja o escolhido, ainda não está definido qual o município que receberá a fábrica. A decisão da Paccar deve ser anunciada até o mês de julho.

Alvo

O Paraná foi alvo de outras prospecções de empresas do setor automotivo em 2011. O estado está nos planos da NC2 – joint venture entre a Caterpillar e a Navistar –, que planeja a instalação de uma nova fábrica de caminhões no Brasil. Na unidade, a NC2 pretende montar modelos das marcas Inter­national e Cat, com até 90% de componentes nacionais, fato que beneficiaria o parque de fornecedores do setor automotivo da Grande Curitiba.

Atualmente, a empresa produz caminhões da marca In­­terna­tional, apenas para exportação, na fábrica da Agrale, em Caxias do Sul (RS). A NC2 também deve anunciar o estado escolhido até metade do ano.

O Paraná ainda foi alvo de especulação de que estaria nos planos da Ford, notícia negada pelo presidente da Ford Brasil e Mercosul, Marcos de Oliveira. O executivo afirmou que a montadora continuará investindo nas quatro unidades que já tem no país – três no estado de São Paulo e uma na Bahia.

A produção industrial subiu 0,5% em março em relação a fevereiro, na série com ajuste sazonal, segundo informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A atividade tinha já mostrado expansão de 2% em fevereiro em relação a janeiro, e crescimento de 0,3% em janeiro na comparação com dezembro do ano passado. Com isso, no acumulado de janeiro a março, a produção da indústria brasileira foi 2,3% maior que a do mesmo período do ano passado.Na comparação com março de 2010, a produção caiu 2,1%. Essa queda, argumenta André Luiz Macedo, gerente da Coor­denação de Indústria do instituto, pode ser explicada pelo feriado de carnaval. "O crescimento mais forte em fevereiro pode ter sido por uma antecipação da produção justamente em função de o carnaval ter ocorrido em março. Outro fator foi que a produção no ano passado estava impulsionada pela redução de Imposto Sobre Produtos Indus­­tria­­lizados (IPI) de móveis e eletrodomésticos", disse o gerente, ao ex­­plicar o recuo que interrompeu uma sequência de 16 taxas positivas seguidas.

Mesmo assim, na série com ajuste sazonal – que elimina o "efeito-calendário" – a produção alcançou em março o nível mais elevado desde o início da série histórica do IBGE, em 1991.

Setores

O aumento no ritmo de atividade em março, comparativamente a fevereiro, foi observado em 13 dos 27 setores pesquisados, com destaque para material eletrônico e equipamento de comunicações (10,1%).

Outros setores também mostraram aumento de ritmo, como máquinas e equipamentos (1,8%), calçados e couro (9,2%), equipamentos de transporte (3,6%), produtos de metal (2,5%) e aparelhos e materiais elétricos (2,9%). A principal pressão negativa veio de alimentos (-3,9%), seguido por equipamentos mé­­dico-hospitalares e ópticos (-9,2%), indústrias extrativas (-1,9%), perfumaria, sabões e produtos de limpeza (-6,0%) e bebidas (-2,8%).

Retomada

Macedo também explicou que a comparação trimestral da produção industrial mostra que o setor prossegue em expansão, com alta de 1,3% frente ao trimestre imediatamente anterior, após o período de estabilidade vivido no fim de 2010.

Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, o índice da indústria tinha registrado recuo de 0,4% no terceiro trimestre de 2010, ante o segundo, e ficado estável no quarto trimestre do ano passado, ante o terceiro.

No primeiro trimestre de 2011, todas as categorias de uso registraram alta, com destaque para produção de bens de consumo duráveis, que teve expansão de 5,7%, e a produção de bens de capital, com alta de 5,1%. "A causa para a aceleração foi a manutenção das demandas das famílias, do mercado de trabalho e das demandas por crédito, que acabam influenciando principalmente os bens de consumo", explicou Macedo.

Categorias

Os números da produção industrial mostraram queda de 0,2% para os bens intermediários em março ante fevereiro e recuo de 0,4% ante março de 2010. Os bens de consumo registraram expansão de 1,2% em março ante fevereiro, ao mesmo tempo em que recuaram 4,1% na comparação com março de 2010.

A produção de bens de capital (máquinas e equipamentos), um dos destaques do levantamento, cresceu 3,4% em março ante fevereiro. Em relação a março de 2010, houve leve queda de 0,1%.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]