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Veja infográfico com a variação da produção industrial |
Veja infográfico com a variação da produção industrial| Foto:

Sondagem

42% das empresas cancelaram ou adiaram investimento no ano

Folhapress

O porcentual de empresas brasileiras que adiaram ou cancelaram investimentos em 2011 chegou a 42,2%, segundo estudo divulgado ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com a pesquisa, a crise externa é o principal risco aos investimentos do setor no próximo ano.

Apesar do descontentamento com o cenário externo, os dados revelam que 86,6% das empresas devem investir em máquinas e equipamentos em 2012. Dessas, 73,3% pretendem importar tecnologia do exterior. O número é inferior ao registrado em 2010, quando 92% das empresas que responderam ao questionário da confederação declararam intenção de investimento.

A principal fonte de financiamentos dos investimentos ainda será o capital próprio; ainda assim, a participação do uso dos recursos próprios deve cair de 58,2%, registrada em 2011, para 52,9% em 2012.

A parcela média de participação dos bancos oficiais, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), deve crescer de 21,8% em 2011 para 29,3% em 2012. O estudo revelou também que 74,6% das indústrias pretendem focar os investimentos no mercado doméstico. O porcentual de empresas que pretendem apostar seus investimentos principalmente ou exclusivamente no mercado externo é de apenas 3,7%.

  • Montadoras se recuperaram em outubro, após resultados fracos no mês anterior

A produção da indústria recuou pelo terceiro mês consecutivo em outubro. Apesar de o tombo não ter sido tão grande quanto na leitura anterior (-1,9%), a queda de 0,6% em relação a setembro confirma a trajetória descendente da atividade industrial no país, segundo IBGE.

Os níveis de estoques elevados, a competição com importados e a redução na demanda doméstica e internacional ajudam a entender o comportamento menos dinâmico do setor industrial a partir do fim do primeiro trimestre deste ano. "A indústria está num momento difícil, abre o 4.º trimestre com resultado ainda pior do que prevíamos. Esperávamos ao menos estabilidade", disse Rogério Cesar de Souza, economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

O recuo teve perfil generalizado, mas a queda foi puxada pelos alimentos, cuja produção caiu 5% em outubro. Houve perda de espaço no exterior para as exportações de carnes e açúcar. "Muito dessa perda pode estar atrelada ao complexo de carnes. Em função do embargo a produtos brasileiros e da crise na Europa, a indústria vem tendo dificuldade de exportar. A exportação de açúcar também teve queda importante em 2011", afirmou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.

Montadoras

A produção de alimentos e o setor de veículos têm um dos maiores pesos na produção industrial, com uma participação de cerca de 10% cada. Quanto aos veículos, após as montadoras terem realizado paralisações para ajustar os altos níveis de estoques, a produção foi parcialmente retomada em outubro, ajudando o resultado positivo de bens duráveis em outubro. A categoria foi a única a ter expansão na comparação com setembro (de 2,4%), mas a alta não foi suficiente para eliminar as perdas acumuladas (de -8,8% em setembro e -4,3% em agosto).

"Essa perda de bens duráveis tem influência da paralisação das montadoras. A recuperação do setor de veículos automotores em outubro tem muito mais a ver com uma base de comparação muito baixa, porque vinha de quedas. Algumas unidades voltaram a funcionar, mas outras continuaram fechadas", explicou Macedo.

Novembro

O Bradesco destacou, em avaliação, que o levantamento de outubro mostrou que o último trimestre de 2011 começou com atividade em nível fraco. No documento, a instituição financeira também já adiantou que os primeiros sinais para novembro são de uma recuperação moderada.

"A nossa projeção preliminar para a produção industrial de novembro, realizada a partir dos dados da Sondagem da Indústria da FGV [Fundação Getulio Vargas], aponta para uma recuperação muito modesta (0,2%), o que sugere que a atividade econômica começou o quarto trimestre enfraquecida, depois da estabilidade prevista por nós para o PIB do terceiro trimestre, cujo resultado oficial será divulgado na próxima terça-feira, dia 6", escreveram os analistas do Bradesco, liderados pelo diretor de Pesquisa e Estudos Econômicos da instituição, Octavio de Barros. "Acreditamos em alguma retomada moderada da indústria ao longo dos próximos meses, à medida que o ciclo de ajuste de estoques for concluído. Há alguns indícios nessa direção", diz o relatório.

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