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Setor de bebidas registrou recuo de 6,6% no Paraná em janeiro, segundo o IBGE | Josue Teixeira/ Gazeta do Povo
Setor de bebidas registrou recuo de 6,6% no Paraná em janeiro, segundo o IBGE| Foto: Josue Teixeira/ Gazeta do Povo

Crescimento nacional fica acima do esperado pelo mercado

O crescimento da indústria no primeiro mês deste ano, de 2,9%, foi muito acima do que os 0,7% esperados pelo mercado. Porém, não é possível afirmar que os próximos meses seguirão essa trajetória.

Professor de economia do Ibmec-Rio, Mauro Rochlin ressalta que é difícil prever o comportamento do ano com base em dados de janeiro. Ele frisa, no entanto, que há um fator extremamente positivo no resultado do mês. "O crescimento da indústria se deu num número muito grande de setores. Mais da metade [17 dos 27 setores] apresentou alta", disse.

Mesmo assim, o resultado não recuperou as perdas dos meses anteriores. "A indústria continua operando num patamar inferior ao de 2013", disse o economista do IBGE, Rodrigo Lobo. A indústria produziu 2,4% a menos em janeiro deste ano do que no mesmo mês de 2013.

Indústria mineira

A alta de 2,9% na produção industrial brasileira foi puxada por Minas Gerais (7,0%). O resultado alcançado por Minas é o maior desde o início da série histórica, que foi em fevereiro de 2009, quando cresceu 6,7%. "Apesar disso, Minas ainda está 4,1% abaixo de seu pico histórico de produção." Outro que se destacou foi o Ceará, com alta de 5,4%.

Folhapress

O ano começou mal para a indústria do Paraná. A produção industrial do estado caiu 4,6% em janeiro e completou o terceiro mês seguido de resultado negativo, acumulando perda de 17,1% entre novembro e janeiro. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal Regional – Produção Física (PIM-PF), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já a indústria nacional conseguiu reverter dois meses de resultados negativos e avançou 2,9% em janeiro, recuperando parte da perda acumulada de 4,3%.

INFOGRÁFICO: Produção Industrial do Paraná caiu 4,6% em janeiro e completou o terceiro mês seguido de queda

Com quedas de -8,9% e -4,6% respectivamente, Goiás e Paraná lideraram a queda da produção industrial verificada em quatro das 14 regiões pesquisadas pelo IBGE. Nos outros dez locais, houve expansão da atividade industrial, puxada pela indústria de Minas Gerais (7%), que foi a que mais cresceu no país na passagem de dezembro para janeiro, seguida pelo resultado do Ceará (5,4%) e de São Paulo (3,5%). As demais regiões tiveram resultado positivo, porém, abaixo da média nacional.

No confronto com janeiro de 2013, o Paraná liderou a queda da produção industrial no país. O recuou de 11,2% interrompeu uma sequência de nove meses de taxas positivas. Nesse tipo de comparação, a indústria nacional também recuou 2,4% em janeiro deste ano.

Atividades

Sete das 14 atividades pesquisadas registraram queda na produção industrial no estado, que foi puxada pelos setores de edição, impressão e reprodução de gravações (-67,1%); produtos químicos (-34,1%); mobiliário (-20,9%) e bebidas (-6,6%). Os resultados positivos vieram dos produtos de metal (10,6%); veículos automotores (9,8%) e madeira (8,9%).

Na análise da economista Ana Silvia Martins Franco, do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), o resultado negativo em janeiro deste ano em comparação com janeiro de 2013 foi impactado, sobretudo, pelo desempenho ruim do setor de edição, impressão e reprodução de gravações, pressionado, segundo o IBGE, pela menor produção de livros, brochuras ou impressos didáticos.

"É um setor que não vem bem há bastante tempo e acaba influenciando negativamente a produção no estado", avalia. No caso dos produtos químicos, que refletem basicamente a indústria de adubos e fertilizantes, o encarecimento da extração de potássio e fósforo acabou favorecendo as importações.

Desaceleração

Segundo a economista do Ipardes, os resultados da indústria paranaense refletem uma desaceleração natural após um período de crescimento constante da produção no estado. "É difícil manter um crescimento sustentável ininterrupto" afirma Ana.

Os três meses de queda seguida da produção industrial no Paraná – novembro, dezembro e janeiro – também são tradicionalmente mais fracos para a indústria, acrescenta.

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