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A produção industrial paranaense aumentou 3,1% na passagem de maio para junho, na série com ajustes sazonais, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apenas outros quatro estados, dos 14 pesquisados, elevaram sua produção no mês. Na média nacional, a atividade industrial recuou 1,6%.

O resultado de junho representou a segunda alta consecutiva da indústria paranaense, algo que não ocorria desde agosto de 2009. Apesar da melhora em relação aos meses anteriores, o nível de produção do estado ainda ficou abaixo ao de janeiro deste ano.

Na análise trimestral, o desempenho foi negativo: o nível de produção interrompeu uma sequência de seis trimestres de taxas positivas e recuou 1,1% no segundo trimestre, na comparação com o resultado dos três primeiros meses do ano.

Para o economista Fernando Abritta, da coordenação de pesquisa do IBGE, o indicador trimestral aponta para uma tendência de desaceleração na economia paranaense. "A indústria ainda mantém os resultados positivos sob um cenário de desaceleração, crescendo seis trimestres seguidos, mas um pouco menos a cada trimestre, demonstrando uma clara perda de ritmo, que culminou no primeiro resultado negativo. Essa perda de dinamismo foi observada em nove dos 14 setores no Paraná", diz.

O economista, entretanto, ressalva que essa tendência de queda na comparação trimestral ocorre em todo o país. "A indústria brasileira vem desacelerando por conta das medidas do governo, como o aumento das taxas de juros e outras medidas de restrição ao crédito. Além disso, o setor externo também está afetando os resultados, assim como o cenário do câmbio valorizado", avalia.

O diretor-presidente do Instituto Paranaense de Desen­volvimento Econômico e Social (Ipardes), Gilmar Mendes Lou­renço, credita o fraco desempenho trimestral à queda de 5,9% verificada em maio. "Foi um mês de queda atípica. Não faria uma leitura tão negativa, já que o peso maior foi no mês de maio. Em termos de tendência, ainda consideraria o mês de junho como um indicativo de recuperação, podendo haver uma recuperação ou uma acomodação", avalia.

Tendência incerta

Para ele, o desempenho da indústria no segundo semestre ficará sujeito aos desdobramentos do cenário macroeconômico. "É difícil projetar uma recuperação no ano como um todo. O mais provável é que a indústria registre desempenhos modestos em razão do cenário internacional, ainda imprevisível", avalia. Ainda assim, diz Lourenço, os empresários que apostam no crescimento da economia brasileira no médio e longo prazos não devem suspender planos de investimento em andamento.

Segmentos

Na comparação de junho de 2011 com junho de 2010, a produção estadual subiu 1,6%. O impacto positivo mais significativo sobre o resultado global veio do segmento de veículos, com alta de 22,3% influenciada, em grande parte, pela maior fabricação de caminhões, caminhão-trator e chassis de caminhões e ônibus.

O relatório do IBGE também destacou a contribuição do setor de refino de petróleo e álcool (alta de 8,9%) e de produtos químicos (14,6%). A maior queda ocorreu no setor de edição e impressão (-21,6%). Segundo Lourenço, o resultado é consequência da queda na demanda governamental e da elevada base de comparação.

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