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Um dos casos de comércio justo mais bem-sucedidos do Brasil ocorre no Noroeste do Paraná. Batizado de "Suco Justo", o projeto existe há cerca de oito anos e reúne associações agro-industriais de seis municípios da região do Arenito Caiuá: Paranavaí, Alto Paraná, Guairaçá, Presidente Castelo Branco, Floraí e São João do Caiuá. Importadores da Suíça, Alemanha e Áustria souberam das dificuldades enfrentadas pelos colhedores de laranja e se comprometeram a pagar um valor maior que o de mercado mais um bônus de US$ 100 por tonelada de suco exportado.

No ano passado, a Associação dos Citricultores do Paraná (Acipar), que congrega os beneficiados, arrecadou mais de US$ 70 mil apenas com o recebimento desses prêmios. Desde 1998, o dinheiro já serviu para a compra de equipamentos novos, além de cursos de capacitação técnica e de informática. De acordo com a assistente social e coordenadora do "Suco Justo", Simone Piveta, o programa assumiu recentemente um foco: potencializar a geração de renda dos próprios trabalhadores rurais e fomentar o crédito fundiário. "Nesta safra, temos 22 famílias que começaram a produzir em pequenos lotes." Ela conta que o rendimento dessas plantações ainda não dá nem para garantir a subsistência e, por isso, os camponeses continuam trabalhando para terceiros. "Mesmo assim, trata-se de uma mudança estrutural importante", afirma Simone.

Benefício

O presidente da Acipar, Pedro Garcia, enfatiza a reversão do bônus em benefícios diretos para os produtores. "Atendimento médico e odontológico, treinamentos em parceria com o Senar [Serviço Nacional de Apredizagem Rural] e manutenção de trabalhadores com carteira assinada fazem parte dos avanços", cita.

O principal país importador continua sendo a Suíça, mas novos compradores do "Suco Justo" já foram encontrados na Itália e na Holanda, que, aliás, é a nação que mais investe em "fair trade".

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