• Carregando...

Uma consulta pública sobre mudança nos critérios de análise da qualidade do milho brasileiro colocou em rota de colisão produtores paranaenses do grão e o Ministério da Agricultura. Os agricultores do Paraná, estado que lidera a produção nacional de milho (23% do total), veem a proposta do ministério como incentivo para abandonar o cultivo.

Pesquisa organizada pela Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) com base nos critérios propostos na consulta apontou que 85% do milho produzido no estado não estaria em condições de ser comercializado.

Pelos padrões atuais, 97% do milho do Paraná é enquadrado como um dos três tipos do grão (tipos 1, 2 e 3) em condições de ser vendido. "É um milho de padrão norte-americano", afirma Flávio Turra, diretor-técnico da Ocepar. As novas regras sobre as condições de comércio do produto analisam se o grão está quebrado, mofado, queimado ou acompanhado de impurezas. Os critérios propostos pelo ministério aumentam o grau de exigência com relação a esses problemas do milho.

Defasada

"O que se pede é um ano de prazo para a adaptação às novas medidas e menos rigor", diz Turra. Estabelecida em 1976, a atual classificação do milho está defasada em razão dos avanços das tecnologias de produção, segundo o Ministério da Agricultura. A coordenadora-geral substituta de qualidade vegetal do ministério, Karina Leandro, confirma que a mudança será resultado de um acordo entre os elos da cadeia produtiva após o encerramento da fase de coleta de sugestões, que termina no dia 7 deste mês.

"É uma consulta pública, nada é definitivo ainda. A proposta é a melhor dentro do que a gente estudou, pensando em todos os elos da cadeia, principalmente no consumidor, que vai receber um produto de melhor qualidade", diz a coordenadora. Segundo ela, a decisão sobre a nova classificação só deverá sair em agosto, com uma reunião entre todos os setores envolvidos.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]