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Coleção de esmaltes esteve entre as ações criticadas por conteúdo sexista. | Divulgação
Coleção de esmaltes esteve entre as ações criticadas por conteúdo sexista.| Foto: Divulgação

Temas como diversidade e igualdade de gênero estão entrando no radar das grandes empresas. Casos de repercussão negativa nas redes sociais após a veiculação de propagandas e distribuição de materiais de marketing considerados machistas ou preconceituosos têm sido frequentes.

A Skol, por exemplo, é uma marca que tem se preocupado em alterar sua estratégia de comunicação. Fábio Baracho, diretor de marketing da cervejaria, disse à reportagem que a empresa está fazendo um investimento “agressivo” para mudar a imagem sexista atribuída ao setor. “Ao longo de anos a categoria de cerveja se comportou de uma forma não muito legal. Estamos tentando mudar isso”, disse. A decisão, segundo Baracho, veio após a crise de comunicação desencadeada pela veiculação de uma peça publicitária de carnaval que dizia “Esqueci o não em casa”, em 2015. O anúncio foi considerado apologia ao estupro e o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) entrou com uma representação contra o anúncio, que foi retirado de circulação.

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A reportagem selecionou alguns exemplos de propagandas recentes que foram mal recebidas pelo público por causa do conteúdo considerado machista:

Manual sexista: A Fiat anunciou na segunda-feira, dia 13, que irá retirar de circulação um controverso “manual” que vinha sendo distribuído com carros vendidos na Argentina. A decisão ocorreu após a repercussão negativa em redes sociais. Dentre as demais instruções de segurança, o manual traz uma série de recomendações machistas para fazer “melhor uso do veículo”. Uma delas sugeria que a temperatura do carro fosse aumentada, para “induzir a mulher de que você gosta a tirar um pouco da roupa”.

“Dê para sua mãe”: Em outubro de 2014, a marca de roupas carioca Reserva comercializou camisetas com uma etiqueta que dizia “Para entender melhor a simbologia de lavagem, acesse: www.usereserva.com.br/cuidadoscomaroupa – ou dê para a sua mãe, ela sabe como fazer isso bem”. O detalhe não passou despercebido pelos consumidores, que protestaram nas redes.

Desceu quadrado: Em 2010, a Skol veiculou uma propaganda que mostrava como seriam os provadores de roupa “se o cara que os inventou bebesse Skol”. A peça, que mostrava provadores expondo o corpo de uma mulher, foi considerada por internautas como incentivo à depreciação da imagem feminina.

Menu: A atual propaganda da cerveja Itaipava com a modelo Aline Riscado coloca à disposição do consumidor três opções de “produto”, com o slogan “Faça sua escolha”: A garrafa de 300 ml, a latinha de 350 ml ou um seio de mulher com 600 ml, em referência a uma prótese de silicone.

Lugar de mulher: Em maio de 2015, a rede de lojas Fast Shop publicou em sua página de Facebook uma promoção para o Dia da Mulher. A propaganda oferecia um desconto em máquinas de lavar roupa, com a frase “tenha mais tempo livre”.

“Homens que amamos”: A marca de esmaltes Risqué foi criticada após lançar a coleção “Homens que Amamos”, que consistia em cinco cores com os nomes “Guto fez o pedido!”, “Zeca chamou para sair”, “Fê mandou mensagem”, “André fez o jantar” e “Leo mandou flores”.

Sexo sem consentimento: A propaganda da marca de preservativos Prudence sugere ao consumidor uma “dieta do sexo”. Uma das atividades indicadas para gastar calorias é tirar a roupa de uma mulher sem o seu consentimento.

Outro lado

A Reserva afirmou que a empresa tem como política o compromisso com a igualdade entre pessoas, e que 48% dos seus funcionários são do sexo feminino, com paridade salarial. A diretoria da empresa possui o mesmo número de homens e mulheres. A Skol afirmou que mudou sua política de comunicação a partir de 2016 e que este ano foi a primeira cervejaria a patrocinar a Parada LGBT de São Paulo. A Risqué disse que considera todo tipo de discussão positiva e reafirma que está sempre atenta aos comentários de seus consumidores, e que as cores da coleção “Homens que Amamos” foram muito bem aceitas entre as consumidoras da marca. A reportagem não conseguiu entrar em contato com a Fast Shop, nem obteve resposta da Itaipava e da DKT Brasil, responsável pelo preservativo Prudence.

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