Aeroviários e aeronautas paralisaram nesta segunda-feira (15), por uma hora e meia, o check-in das principais companhias aéreas no aeroporto Santos Dumont, no centro do Rio, o que causou longas filas no interior do aeroporto, no setor de embarque dos passageiros. A categoria reivindica reajuste salarial de 11% nos benefícios e novo número mínimo de folgas mensais para aeronautas. De acordo com o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac), Sérgio Dias, pode haver um ato ou nova paralisação no próximo dia 22.

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No início da manhã, os trabalhadores utilizaram faixas para bloquear o acesso ao atendimento do check-in do aeroporto.O passageiro Hilton Somma, de 76 anos, estava na fila e argumentou que deveria haver outra forma de protestar, pois a paralisação poderia prejudicar os passageiros: "Eu estou embarcando para São Paulo, para uma consulta médica, e posso perder meu dia inteiro e não fazer uma coisa de que preciso muito".

De acordo com o diretor executivo do Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA), André Luiz Carvalho, a categoria está em campanha que o salário dos aeronautas e aeroviários seja unificado. "Além do reajuste salarial, as reivindicações são, também, para a criação de um piso [salarial] para quem trabalha no check-in, pois cada empresa paga o que quer; a ampliação do auxílio creche dos aeroviários e a concessão de um kit cosmético para as mulheres, já que o uso é exigido pelas empresas. Se a empresa exige, tem que fornecer", disse.

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Segundo o presidente da Fentac, a pauta dos trabalhadores foi entregue no último dia 30 de setembro com um pedido de reajuste salarial de 11% e a contraproposta foi um reajuste de 6,33% que, segundo ele, não representa um aumento real, já que equivale apenas à taxa de inflação.

"Somente na semana passada eles sinalizaram com a questão da reposição da inflação do INPC [Índice Nacional de Preços ao Consumidor]. Isso não é suficiente porque, há mais de dois anos, os aeronautas e aeroviários estão sem ganho real, mas o setor foi desonerado, houve crescimento, enquanto o trabalhador fica sempre à míngua", explicou Sérgio Dias. Ele informou ainda que os ganhos das companhias de aviação, nos últimos anos, não foram compartilhados com os trabalhadores.

No próximo dia 18, os sindicatos dos trabalhadores e das empresas se reúnem na tentativa de chegar a um acordo e, caso as negociações não avancem, o diretor executivo do SNA afirma que existe a possibilidade de uma paralisação mais longa no dia 22 deste mês. Apesar da paralisação de hoje e das filas nos check-in do aeroporto, as empresas aéreas informaram, em nota, que as operações não foram afetadas e continuam dentro da normalidade. Em nota, o Sindicato Nacional da Empresas Aeroviárias (Snea) informa que, ainda que sigam em curso as negociações para o estabelecimento de uma nova Convenção Coletiva de Trabalho com aeronautas e aeroviários, que têm data-base em 1º de dezembro, as companhias aéreas, em respeito aos seus trabalhadores, decidiram antecipar desde já a correção dos salários pelo índice do INPC, de 6,33%.

A medida, segundo a nota, "preserva integralmente o poder de compra dos trabalhadores mesmo em um período de continuada alta de custos e de dificuldades financeiras para o setor". O Snea informa ainda que os valores de vale alimentação e vale refeição também serão ajustados de acordo com a categoria, duração da jornada e política de cada empresa. Os valores reajustados terão reflexo já na segunda parcela do 13° salário, a ser depositada nos próximos dias.

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