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Ribeirão Preto (SP) – Estacionamentos vazios, ausência de filas, corredores livres. Este era o cenário ontem na maior feira do agronegócio na América do Sul, a Agrishow de Ribeirão Preto (SP), que teve a sua 13.ª edição prejudicada pelos protestos de agricultores – que marcaram a terça-feira em vários pontos do país – e pelos temores de novos ataques do crime organizado no estado de São Paulo.

A organização do evento, no entanto, negou que o movimento estivesse abaixo das expectativas. Na segunda-feira, segundo o presidente do sistema Agrishow, Sérgio Magalhães, 15 mil pessoas visitaram a feira. A expectativa é que 140 mil pessoas passem pelo parque de exposições até o próximo sábado.

Se, por um lado, as manifestações dos agricultores não eram visíveis no evento, já que não houve bloqueio de acessos ou manifestações na região, os ataques do crime organizado em São Paulo foram citados por empresários do setor como um fator importante para a baixa freqüência. "Por enquanto, não há como avaliar o impacto dos protestos e dos ataques do crime nos negócios fechados na feira, mas acreditamos que a onda de violência inibirá a vinda das pessoas até aqui", argumentou Werner Santos, presidente da Valtra.

Há 40 anos, a empresa produz tratores no Brasil e, no ano passado, registrou queda de 20% no faturamento. Apesar de ter trazido um grande número de concessionárias, sinal de expectativa de um bom volume de novos negócios, ainda não concretizados, a Valtra fez uma balanço positivo do evento. "Temos de pensar também no relacionamento com o cliente, e é importante estar aqui para estreitar laços com os clientes e fazer um trabalho institucional", analisa Santos. "Estamos passando por uma crise e temos que enfrentá-la, já que este é o nosso negócio."

Com dez anos de atuação na Agrishow, o coordenador da comissão julgadora do Prêmio Gerdau Melhores da Terra, Luiz Fernando Coelho de Souza, desabafou: "É triste para nós ver uma feira como esta com os corredores vazios". O baixo movimento, porém, não chega a afetar os negócios da Gerdau, uma vez que o agronegócio representa menos de 10% da receita da empresa.

Para hoje, a Agrishow espera um número maior de visitantes porque não estão previstos protestos de agricultores e os ataques do crime organizado devem estar sob controle.

Mariana Londres - A repórter viajou a convite de um pool de empresas que participam da Agrishow

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