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Menos de 6 mil pessoas marcaram presença nesta quarta-feira (22) em Atenas para os protestos organizados pelos sindicatos gregos, contrários aos cortes impostos pelo plano de ajuda da Eurozona, que segundo a agência Fitch, não foram capazes de diminuir as dúvidas sobre o risco de o país declarar default.

Sob uma intensa chuva, cerca de 5 mil manifestantes convocados pelo sindicato pró-comunista Pame saíram à Praça Omonia e se somaram ao pequeno cortejo de umas 700 pessoas reunidas na Praça Sintagma pelos dois principais centrais sindicais, a Confederação Geral de Trabalhadores (GSEE), do setor privado, e a Federação de Funcionários, Adedy, do público.

A mobilização aconteceu em um ambiente tranquilo, mas a situação social continua muito tensa no país. A última grande manifestação, realizada em 12 de fevereiro, levou às ruas 100 mil gregos, sendo 80 mil deles em Atenas, após a aprovação pelo Parlamento do novo programa de austeridade.

"Todos juntos podemos barrar os novos cortes das aposentadorias", afirmaram a GSEE e a Federação de Funcionários públicos (Adedy). "As medidas que serão votadas no Parlamento sobre os novos cortes constituem um tiro de misericórdia para os pensionistas e para o sistema de segurança social do país", completaram os sindicatos.

Na madrugada de terça-feira, a Eurozona finalmente aprovou o novo plano de resgate para a Grécia, que poderá totalizar 237 bilhões de euros.

"Alcançamos um acordo amplo que inclui uma ajuda pública e um perdão da dívida sem precedentes dos bancos credores do país, destinados a garantir o futuro da nação na zona do euro", declarou o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, à imprensa. "Esse pacto garantirá a permanência de Atenas na zona do euro", completou ele após a reunião de quase 13 horas dos 17 ministros de Finanças da Eurozona.

O acordo obtido reduzirá a dívida grega a 120,5% do PIB em 2020, disse uma fonte europeia. A dívida equivale atualmente a 160% do PIB (350 bilhões de euros) e a meta inicial era reduzi-la a 120% até o mesmo período.

Nesta quarta-feira, o governo grego anunciou a revisão para cima do déficit público previsto para 2012, para 6,7% do PIB, frente aos 5,4% anunciados anteriormente, devido à recessão em 2011 mais profunda que a prevista.

"Devido a uma recessão mais profunda, são previstas diferenças em relação às revisões iniciais e aos resultados de 2011, e por isso é preciso revisar os dados de 2012, segundo os objetivos previstos em função da lei de saneamento das finanças públicas", diz um projeto de lei divulgado nesta quarta-feira e que detalha as medidas de austeridade impostas à Grécia pelo novo plano de ajuda europeu.

O Parlamento deve adotar essa lei nos próximos dias, em um procedimento de urgência, segundo uma fonte do Ministério grego de Finanças.

Contudo, agora se sabe que não haverá nenhum superávit primário até 2013, conforme adiantou na terça-feira o ministro de Finanças, Evangelos Venizelos.

A nova projeção se anuncia após aprovação parlamentar de 12 de fevereiro de uma lei que avaliou um programa de cortes de 3,2 bilhões de euros, reclamado pelos credores da Grécia para salvar o país da quebra.

A Grécia entrou em seu quinto ano de recessão. A contração do PIB grego em 2011 devia ser de 5,5%, mas as últimas estimativas são de 6%.

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