O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, disse neste domingo que a crise financeira em curso já se tornou uma crise econômica e, no próximo ano, será uma crise de desemprego. "Vai ser uma fase extremamente difícil", afirmou, em uma visita à Província de Sichuan, na China.
Zoellick ainda disse que a recuperação da crise pode demorar mais caso os países venham a fechar seus mercados e ficar mais protecionistas em uma tentativa de salvar as próprias economias. "Me preocupa que o desemprego, principalmente se combinado com uma queda de preços, possa levar a ondas de protecionismo." Os países desenvolvidos, na opinião do Banco Mundial, precisam ser cuidadosos para não agravar as condições para os países mais pobres; segundo Zoellick, as garantias que esses países têm oferecido a títulos de dívida de instituições bancárias "têm tornado difícil para os países em desenvolvimento com bons programas orçamentários lançar títulos no mercado". "É importante que os países desenvolvidos reconheçam que, em algum momento, precisarão de estratégias de saída para essas garantias, ou discipliná-las. Não digo que esse passo precise ser dado agora, mas se não for assim os países em desenvolvimento é que ficarão com o peso maior", disse.
Alemanha
Já a chanceler alemã, Angela Merkel, reunida em Berlim com cerca de 30 pesos pesados da economia e das finanças da Alemanha, pediu a realização de um "esforço nacional" para enfrentar a crise econômica. Logo no início desta "cúpula de crise", Merkel pediu que todos assumam "conjuntamente as responsabilidades", já que o governo não pode reativar a economia sozinho.
O vice-chanceler, Frank-Walter Steinmeier, também defendeu uma ação conjunta. A reunião foi qualificada pelos representantes como o ponto de partida para que o Estado e o setor privado alemães dêem os braços para enfrentar "os meses difíceis que estão por vir".
Segundo alguns analistas, o governo da Alemanha já trabalha em um segundo pacote de medidas anticrise avaliado em 30 bilhões de euros, que viriam a se somar aos 32 bilhões de euros já aprovados para infra-estruturas e incentivos durante os próximos dois anos.
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