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Debate Comissão sobre o porto reúne-se dia 13

A Comissão Mista para o Controle Social do Complexo Portuário, criada no final do ano passado por 20 entidades civis, reúne-se dia 13 de março para começar a discutir os gargalos do Porto de Paranaguá e debater os investimentos necessários a longo prazo. Nessa data, o grupo pretende dar o pontapé inicial para a realização do "I Seminário Internacional de Infra-Estrutura Portuária do Paraná", que deve ocorrer em maio.

De acordo com o presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná (Crea-PR), Álvaro Cabrini Júnior, presidente da comissão mista, o seminário vai contar com participantes do setor de transportes reconhecidos internacionalmente. "Precisamos discutir os investimentos em infra-estrutura para as próximas duas e três décadas, senão daqui a 30 anos teremos um porto sucateado. Isso não é uma coisa que se faz de hoje para amanhã", afirmou.

Para Cabrini, a fila que se formou nesta semana em Paranaguá ocorre porque há falta de investimentos há muito tempo. "No Brasil, há mais de 25 anos não se investe em infra-estrutura. Temos que sentar e apresentar propostas não apenas para resolver a fila que surgiu agora, mas para transformar o Porto de Paranguá em um terminal moderno, capaz de atender toda a carga que chegar, de onde for. Temos de resolver o problema da fila definitivamente", afirmou. (RF)

A ameaça da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) de punir empresas que mandarem cargas não-programadas não tem efeitos práticos e não evitaria a formação de filas de caminhões no Porto de Paranaguá. A avaliação é do assessor técnico e econômico da Federação da Agricultura do Paraná, Nílson Camargo. As sanções, que incluem a suspensão das atividades portuárias em um período de 5 a 180 dias, foram citadas pelo superintendente da Appa, Eduardo Requião, como resposta à fila que se formou na BR-277 nesta semana, com cerca de 250 caminhões.

A punição, direcionada a operadores portuários, consta de uma ordem de serviço emitida pela Appa em 2004, que estabelece normas para o recebimento, descarga e embarque de grãos. Uma das exigências é que todos os caminhões com destino ao Porto de Paranaguá tenham suas cargas negociadas previamente, com espaço previsto nos armazéns e que os navios para receber as mercadorias estejam nominados, ou seja, programados para atracar. Para Requião, a fila se formou porque a carga enviada não era nominada e o objetivo dos exportadores era fazer especulação com o preço da soja, além de pressionar a Appa a liberar o silão público para os grãos transgênicos.

De acordo com o assessor da Faep, a ameaça é infundada. "Em primeiro lugar, não se pode ferir um dos princípios da Constituição, que é o direito de ir e vir", afirmou. A alternativa da Appa seria de impedir a entrada no pátio de triagem. Mas, segundo Camargo, o escoamento dos grãos está mais disciplinado e são poucas as empresas que operam sem programação, apenas o equivalente a 10% a 15% da carga exportada. "Isso ocorreu até em função dos últimos problemas, ocorridos em 2004, que causaram muitos prejuízos às empresas. Agora os grandes exportadores fazem a programação e mandam cargas conforme a necessidade de preencher os navios", disse. A Faep vem demonstrando preocupação em relação à capacidade do porto de escoar a safra de grãos no Paraná, que deve ser recorde neste ano.

Para a Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), o escoamento dos grãos via Paranaguá deve ocorrer sem dificuldades, mas será normal ocorrer filas, no pico do escoamento. "As cooperativas estão fazendo o planejamento e a programação das exportações para evitar todo tipo de problema", declarou o gerente técnico e econômico da Ocepar, Flávio Turra. A produção de soja e milho, principais itens da pauta de exportações, deve chegar a 24,5 milhões de toneladas nesta safra 2006/2007, pelos cálculos da Ocepar. São cerca de 4 milhões de toneladas a mais do que na safra anterior. Do total, cerca de 12 milhões de toneladas devem ser exportados por Paranaguá.

Negócios

A importação de sal pelo Porto de Paranaguá aumentou 85% em 2006, atingindo 137,5 mil toneladas, segundo divulgou a Appa. O número foi atingido graças à preferência de atracação de navios com cargas que demandam maior volume de mão-de-obra. A movimentação beneficiou a refinadora Sal Diana, que opera há 50 anos em Paranaguá. A empresa adquire sal bruto do Chile e do Rio Grande do Norte, que após o beneficiamento é destinado ao consumo interno. A empresa informou que no ano passado movimentou 220 mil toneladas do produto e tem expectativa de aumentar para 250 mil toneladas.

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