Desde que o Facebook começou a ser cotado na bolsa, há duas semanas, suas ações não pararam de cair, o que tem levado os investidores a indagarem-se sobre quanto mais podem recuar as ações da companhia.
Durante o pregão de segunda-feira (4), a ação chegou a cair a US$ 26,44, mais de 30% abaixo do preço da Oferta Pública Inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), de US$ 38.
"É difícil argumentar a favor da ação hoje", diz o analista da Bernstein Research, Carlos Kirjner, em um relatório divulgado na segunda-feira, onde a empresa indicava a recomendação de venda para o papel.
Kirjner projeta um preço de US$ 25 para a ação nos próximos 12 meses, mas acrescenta a possibilidade de uma desaceleração real no crescimento do Facebook, o que "muito provavelmente conduziria a uma pressão adicional nos preços-alvos dos papeis", diz.
Para Oliver Pursche, presidente da Gary Goldberg Financial Services, há sinais reais de que o Facebook pode estar em apuros. "Nós dizemos às pessoas para que fiquem longe do papel porque não há perspectivas de valorização", disse à AFP.
O Facebook captou no dia 18 de maio US$ 16 bilhões no mercado, realizando assim o segundo maior IPO da história americana.
O período anterior à oferta foi marcada por um forte entusiasmo, o que fez com que o Morgan Stanley concordasse em aumentar o preço da oferta e o número de ações emitidas.
Contudo, o papel tem recuado desde a estreia, gerando perdas de US$ 4,6 bilhões para os novos investidores.
A dinamicidade do setor, no entanto, tem gerado as mais variadas projeções de preços-alvos da ação para os próximos meses, de US$ 10 a US$ 40.
Atualmente com 900 milhões de usuários, o Facebook se esforça para atingir o número de 1 bilhão, e usar esse feito como um alavancador de publicidade.
Para a Bernstein Research, o que deve ser levado em conta "é a capacidade da companhia em explorar o potencial do segmento no qual está inserida".
Segundo especialistas, o volume de negócios do Facebook reduziu seu ritmo em um momento no qual a empresa está realizando importantes investimentos.
A companhia tem tido também dificuldades para converter em dinheiro a migração do tráfico da internet para os aparelhos móveis.
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