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A queda da cotação do dólar frente ao real já fez o Brasil ultrapassar os Estados Unidos em pelo menos um indicador econômico: no curioso "índice Big Mac", criado pela revista britânica "The Economist" em 1986 para medir o poder de compra em diferentes países, o sanduíche brasileiro ultrapassou em preço o hambúrguer vendido nas lanchonetes norte-americanas.

Enquanto nos McDonald's dos EUA um Big Mac custa, em média, US$ 3,22, no Brasil elé é vendido a R$ 6,90. Com a cotação do dólar a R$ 1,961, no fechamento do câmbio comercial de segunda-feira (21), o hambúrguer custa, portanto, US$ 3,55. São, assim, US$ 0,33 a mais que o mesmo produto nos EUA.

O curioso índice Big Mac é usado pela revista "The Economist" - uma das mais respeitadas publicações de economia e negócios do mundo - para comparar o poder de compra de cada moeda. Por estar presente em mais de 120 países, o produto-símbolo da proliferação da cultura do fast-food é considerado um bom termômetro de quanto o consumidor de cada local pode comprar com US$ 1.

"Esse índice começou quase como uma brincareira", diz o professor Claudio Carvajal, coordenador dos cursos de administração da Faculdade Módulo. "O propósito é servir como referência da valorização cambial: quanto mais caro o Big Mac, maior a valorização da moeda frente ao dólar", explica.

Poder de compra

A "paridade do poder de compra" é cada vez mais usada para comparar o Produto Interno Bruto (PIB) de vários países. Em vez de apenas dividir a quantidade de riquezas geradas em um país pela taxa de câmbio com o dólar, a paridade do poder de compra considera o quanto os habitantes de uma determinada nação conseguem comprar com um dólar. Para chegar a este valor, são avaliados uma série de setores da economia - o índice Big Mac é, portanto, uma simplificação desta forma de pensamento.

Pela medida, por exemplo, até recentemente um dólar era mais "poderoso" no Brasil do que nos Estados Unidos: enquanto nos EUA, em janeiro, o Big Mac custava os mesmos US$ 3,22, no Brasil o sanduíche era vendido a US$ 3,01. Com o dólar a R$ 2,13 - e o lanche a R$ 6,40, mais barato que o preço médio atual -, o índice apontava que o real deveria se valorizar em 6% para equiparar o poder de compra do dólar no Brasil e nos EUA.

Agora, com a queda da cotação da moeda norte-americana e a alta no preço doméstico do Big Mac, o mesmo índice aponta que o real, de acordo com a cotação de segunda-feira, estaria sobrevalorizado. "Por estarmos com o Big Mac mais valorizado, isso leva a crer que o real está realmente muito valorizado", confirma o economista Carvajal. Ranking do Big Mac

Dos 47 países ou regiões analisados pela "The Economist", o Big Mac brasileiro só é mais barato que em sete países ou regiões: Reino Unido, Dinamarca, área do Euro, Noruega, Suécia, Suíça e Islândia - que vende o Big Mac mais caro do mundo, a US$ 7,44, ou R$ 14,53. Pela paridade do poder de compra da "economia do hambúrguer", o real é mais forte que o dólar canadense, que o yen japonês e que o rublo da Rússia.

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