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A queda da taxa Selic está deixando menos atraentes os Fundos DI, que têm em carteira papéis com juros pós-fixados. Segundo analistas, a rentabilidade desses títulos começou a diminuir no ano passado, quando o Banco Central passou a reduzir sistematicamente a taxa básica de juro, atualmente em 16,5%. Para eles, assim que a Selic se aproximar de 15% ao ano os investidores terão que mudar de hábitos, superar preconceitos e partir para novas aplicações, se quiserem continuar tendo ganhos.

Flávio Lemos, diretor da Global Station, disse que a taxa Selic bem alta ainda garante um bom retorno ao investidor, mas a expectativa de ganho já está menor e os mais ousados começam a migrar para outras aplicações. Segundo ele, o movimento de migração começou em setembro do ano passado, período que coincide com o início da queda da Selic pelo Banco Central.

- O movimento continua agora com a expectativa de a Selic cair para 15% neste ano. O ideal mesmo é diversificar as aplicações. A migração só tende a aumentar com o governo acenando que vai continuar reduzindo os juros - disse Lemos.

Para Pedro Paulo Bartolomei da Silveira, economista-chefe da Global Invest Asset Management, os ganhos em Fundos DI ainda são satisfatórios por conta da Selic tão alta.

- Quem tem uma aplicação em Fundo DI recebe uma taxa atrativa, de 16,5%. Ou seja, no curto prazo, os ganhos ainda são bons. Haverá mudança à medida em que a taxa Selic for caindo mais rapidamente e ficar abaixo de 15%, aos 13% ou 14% ao ano. Aí sim, quem tiver aplicações em DI vai procurar um fundo mais agressivo, que dê mais rentabilidade - disse Silveira.

Por enquanto, explicou Silveira, os Fundos DI são muito grandes e rentáveis. Segundo ele, o aplicador, mesmo o mais agressivo, deixa suas aplicações em Fundos DI por uma situação cômoda, de boa remuneração e pouco risco. E pelo menos na última ata, os técnicos do Comitê de Política Monetária (Copom), disse, deixaram claro que a redução da Selic será gradual por conta da preocupação que persiste na elevação dos índices de preços.

O vice-presidente da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid), Marcelo Giufrida, afirmou que ainda não há fuga de recursos dos fundos DI para outras opções. Pelo contrário, os DIs receberam mais R$ 1 bilhão. Só que renda fixa e multimercados captaram R$ 24 bilhões.

De acordo com Giufrida, a ata do Copom mostra a tendência de cortes nas próximas duas reuniões de 0,75 ponto percentual, chegando a 15% em meados de junho.

- Aí já será preciso reavaliar (a aplicação) - afirmou Giufrida.

Quando for mudar, a perspectiva é que o investidor mais agressivo desvie suas aplicações para a bolsa ou para os fundos multimercado, de acordo com Pedro Paulo.

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