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A queda de 25% na cotação do preço do barril de petróleo neste ano, que reduz os gastos da Petrobras com a importação de derivados, pode, por outro lado, inviabilizar o desenvolvimento de alguns campos, principalmente, os do pré-sal, na opinião de especialistas. Na quarta-feira, o barril tipo Brent, usado como referência no mercado internacional, fechou cotado a US$ 83,30, no menor patamar desde novembro de 2010.

O preço do petróleo já está, inclusive, abaixo do esperado pela Petrobras. Pelo Plano de Negócios 2014-2018 da estatal, a cotação prevista para o Brent em 2014 é de US$ 105, número que cai para US$ 100 até 2017 e para US$ 95 entre 2018 e 2030. Na opinião do advogado Cláudio Pinho, especialista em petróleo e gás, a queda na cotação "afeta de maneira significativa a conta da companhia".

"Uma cotação do petróleo abaixo de US$ 80 significa investir com prejuízo. Dependendo da intensidade do recuo e da duração da cotação do Brent, podem ocorrer atrasos e inviabilizar alguns projetos, principalmente os do pré-sal, que contam com elevado custo de extração e uma logística cheia de desafios", disse Pinho, destacando que o custo de extração do pré-sal oscila em torno de US$ 60.

O ex-diretor da Petrobras Wagner Freire e o economista Aloísio Araújo, da Fundação Getúlio Vargas, avaliam que a queda no preço do petróleo inviabiliza o desenvolvimento de alguns campos e causando atrasos em outros.

"A queda no preço do petróleo afeta os campos de formas diferentes. As áreas da cessão onerosa, que não têm [incidência de] participação especial e apenas royalties, devem continuar economicamente viáveis. Libra [no pré-sal da Bacia de Santos], por exemplo, já vai merecer atenção especial. Mas um Brent abaixo de US$ 70 torna áreas inviáveis."

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