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Operadores da BM&F, em São Paulo: mercado viveu mais um dia tenso ontem. | Paulo Whitaker/ Reuter
Operadores da BM&F, em São Paulo: mercado viveu mais um dia tenso ontem.| Foto: Paulo Whitaker/ Reuter

Uma só tacada

Seis dos principais bancos centrais do mundo decidiram reduzir as taxas de juros, em 0,5 ponto porcentual.Taxas de juros, em % ao ano

EUA

De 2,00% para 1,50%

Europa

De 4,25% para 3,75%

Inglaterra

De 5,00% para 4,50%

Suíça

De 3,00% para 2,50%

Suécia

De 4,75% para 4,25%

Canadá

De 3,00% para 2,50%

Fontes: bancos centrais

Petrobras e BB caíram com força

As ações do setor bancário chamaram a atenção por fechar no vermelho, mesmo com o leilão de dólares promovido pelo Banco Central (leia mais na página 23). Entre esses papéis, Bradesco PN (0,39%), Itaú PN (-2,72%), Banco do Brasil ON (-4,22%) e Unibanco units (-1,28%). No caso das "blue chips" (ações de maior liquidez no mercado) Petrobras e Vale, as ações PN da estatal do petróleo caíram 5,65% e as ON recuaram 4,69%, enquanto os papéis PNA da mineradora cederam 0,77% e os ON tiveram decréscimo de 0,07%.

Entre as ações que compõem o Ibovespa, Cesp PNB liderou as perdas, com baixa de 17,27%, seguida por Net PN (-13,67%) e VCP PN (13,65%). No outro extremo: Perdigão S.A. subiu 6,73%, Brasil Telecom Participações ON aumentou 5,99% e BM&FBovespa ON valorizou-se 5,97%.

Renda fixa

A melhora vista nas bolsas americanas também permitiu que os DIs devolvessem parte dos prêmios acumulados ao longo da sessão. O DI janeiro de 2010 (448.760 contratos) avançou de 14,86% para 14,91%, o DI janeiro de 2009 (111.735 contratos) fechou em 14,035%, de 14,045% ontem, e o DI janeiro de 2012 (99.375 contratos) terminou em 15,50%, de 15,25%.

A crise ganhou ontem proporções incendiárias no mercado financeiro global, com a Bolsa de Tóquio perdendo 9,38% – a maior queda dos últimos 21 anos –, o que, nas palavras do primeiro-ministro japonês, Taro Aso, foi algo "além da imaginação". A declaração do chefe de governo poderia também ser aplicada ao que ocorreu depois. Nove bancos centrais decidiram cortar os juros básicos para conter a crise. Além disso, novos planos de ajuda ao sistema financeiro e de garantia aos depósitos vão sendo anunciados, como no Reino Unido, Itália e Hungria. Mas, à medida que governos e instituições agem, em conjunto ou isoladamente, mais focos de incêndio aparecem.

O corte coordenado na taxa de juros pelos bancos centrais dos Estados Unidos, China, da Zona do Euro (que engloba 15 países), Reino Unido, Canadá, Suíça, Hong Kong, Emirados Árabes e Suécia, embora tenha sido visto como um passo na direção certa, não foi suficiente para acalmar os investidores nas principais praças financeiras, com as bolsas de valores despencando em todo o mundo.

O Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) fechou em queda de 3,85%, aos 38.593 pontos, após ter operado entre uma baixa de 6,33%, verificada durante a manhã, e alta de 0,75%, no meio da tarde. A cotação de ontem é a menor desde 11 de outubro de 2006.

Nos Estados Unidos, o Dow Jones caiu 2%, o S&P-500 recuou 1,14% e o Nasdaq Composite perdeu 0,83%. Nas máximas, o Dow chegou a subir 1,92% e o S&P-500, 2,49%, mostrando o dia de montanha russa do mercado acionário. Na Europa, após a ação dos BCs, o londrino FTSE 100 caiu 5,18%. O CAC-40, de Paris, perdeu 6,31%. Em Frankfurt, o DAX cedeu 5,88%.

A redução dos juros comandada pelos BCs, conforme chamou a atenção o economista de um banco estrangeiro, em e-mail a clientes, "pode contribuir, em parte, para restabelecer a confiança (que é a questão fundamental). Mas, como disse o Banco da Inglaterra, não resolverá o problema de fundo, que continua a ser a necessária recapitalização dos bancos".

"Parece ser um cabo-de-guerra entre os touros (aqueles apostam na alta dos preços) e os ursos (aqueles que apostam na queda das cotações)", disse Robert Olman, presidente da Alpha Search Advisory Partners, sobre a oscilação em Wall Street. "O que estamos assistindo é uma completa falta de convicção de todos sobre para onde mercado está indo."

Ações isoladas

Os governos da Europa continuam anunciando ações isoladas contra a crise. Pela manhã o ministro de Finanças britânico, Alistair Darling, disse que o Tesouro gastará até 50 bilhões de libras esterlinas (US$ 87,69 bilhões) para reforçar o capital das instituições locais por meio da compra de ações preferenciais.

O ministro de Finanças da Hungria, Janos Veres, anunciou a garantia ilimitada dos depósitos bancários, como já haviam feito países como Áustria e Alemanha. Na França, os bancos Caisse d’Épargne e Banco Popular anunciaram negociações oficiais para uma fusão. E na Itália, o governo aprovou uma lei de emergência que cria um fundo de estabilização que pode ser acessada por bancos italianos, caso eles enfrentem problemas de liquidez. O governo também elevará as garantias totais a depósitos de 20 mil euros para até 103 mil euros.

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