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Bar está localizado às margens da Linha Verde, no Tarumã | Reprodução/Facebook
Bar está localizado às margens da Linha Verde, no Tarumã| Foto: Reprodução/Facebook

Outro lado

Empresário diz que estava fora de Curitiba quando comentários foram feitos

Dono do bar Phoenix, Marcus Conte, 49 anos, afirma que estava fora de Curitiba quando os comentários foram feitos por meio da sua conta no Facebook por um empregado que "está com problemas pessoais". Ele conta que mantém um computador conectado à conta da rede social em seu escritório, no bar, para que funcionários divulgassem eventos do estabelecimento.

Conte diz que ficou sabendo da situação assim que voltou de viagem, na segunda-feira. Também confirmou que fez contato com a cliente para tentar se desculpar. "A gente fica chateado, mas agora é tocar para frente", diz.

O empresário também afirma que procurou a Polícia Civil ontem na tentativa de barrar o evento divulgado na internet, que faz alusão ao caso, chamado de "Rolezinho dos Mano no Phoenix American Mex". O encontro, organizado pelo Facebook, está marcado para amanhã à noite.

O que era para ser apenas uma reclamação de uma cliente insatisfeita com os serviços de um bar de Curitiba acabou ganhando uma repercussão inesperada na internet ontem. A história "viralizou" no Facebook depois que comentários feitos pelo perfil do dono do bar Phoenix American Mex tachavam a cliente de "mana" e de pertencente "a classe social dos que começaram a vida agora".

Os comentários foram apagados da postagem inicial, feita no domingo, mas continuam sendo divulgados na rede social em formato de imagem. Até as 18 horas de ontem, a publicação inicial tinha mais de 430 compartilhamentos e cerca de 2 mil "curtidas". Um evento criado no Facebook para ironizar a situação, chamado "Rolezinho dos Manos no Phoenix American Mex", tinha 2,6 mil pessoas confirmadas.

Por meio de um anúncio publicado ontem na sua página no Facebook, o bar sustenta que os comentários foram feitos por um funcionário que supostamente tinha acesso à senha do perfil pessoal do empresário Marcus Vinicius Conte. O empresário afirmou à Gazeta do Povo que o empregado foi demitido ainda na quarta.

Funcionária de uma autarquia estadual e dona de loja, Juliana Cavalcante, 32 anos, conta que ficou surpresa ao ver os comentários. Em um primeiro momento, acreditou que tinham sido feitos por outro cliente para defender a empresa. O autor dos comentários se identificou como proprietário "do bar de maior sucesso de Curitiba" na segunda postagem que fez.

Juliana decidiu expor sua opinião sobre o bar depois de conhecê-lo no último sábado à noite. Acompanhados de um casal de amigos, ela e o marido optaram pelo recém-inaugurado Phoenix por curiosidade e porque havia poucos bares abertos no feriado de Páscoa na região do Tarumã.

As críticas dela, publicadas por meio de uma ferramenta na página que permite a clientes classificarem o estabelecimento, diziam respeito ao local em que estava a mesa – em um espaço afastado do bar –, à dificuldade de ser atendida pelo garçom e ao custo benefício da comida e da bebida.

"Não fui grossa com ele [o dono]; o que falei foi sobre o serviço que me prestaram", diz. Juliana cogita processar na Justiça os responsáveis pelos comentários. "A forma com que falaram foi para me atingir, para me humilhar", diz ela, que afirma estar sendo pressionada a remover a publicação.

Profissionalismo

O caso veio se juntar a gafes similares que ganharam visibilidade nas redes sociais nos últimos anos. Em 2012, por exemplo, uma jornalista de São Paulo foi ofendida com palavrões por uma loja virtual. Em poucas horas, a denúncia chegou a 500 compartilhamentos.

Segundo o professor de redes sociais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) do Rio, Vítor Lima, a situação resulta da opção de não profissionalizar o atendimento via internet.

"Se não tem gente com alguma capacidade para manter perfis, é melhor nem ter", diz. Para amenizar a crise, Lima sugere às empresas admitir o erro o quanto antes e se desculpar com veemência. "Na internet, nenhum empresário tem controle, apenas influência. Se foi criada uma situação constrangedora, a solução é proporcionar outra experiência positiva."

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