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Para Eraldo Santanna, da rede Slaviero, Curitiba ainda tem espaço para investimentos em leitos de perfil econômico | Daniel Caron/ Gazeta do Povo
Para Eraldo Santanna, da rede Slaviero, Curitiba ainda tem espaço para investimentos em leitos de perfil econômico| Foto: Daniel Caron/ Gazeta do Povo

Pós-Copa

Curitiba está fora da lista de cidades que podem sofrer com "superoferta"

Mesmo com hotéis suficientes para receber a Copa do Mundo de 2014, a perspectiva no mercado local também pode animar novos investimentos na cidade. Desenvolvido pela HotelInvest e pelo Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), o Placar da Hotelaria 2015 vem medindo o risco de superoferta hoteleira nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 após a realização do evento. O receio é que haja uma superoferta e uma consequente forte redução da taxa de ocupação dos hotéis e da rentabilidade do investimento hoteleiro.

De acordo com o levantamento, que teve sua última edição divulgada no final de 2011, Curitiba é uma das poucas cidades, ao lado de São Paulo e Rio de Janeiro, em que o sinal ainda está verde para investimentos no setor.

A expectativa é que Curitiba tenha um bom fluxo de turistas, principalmente de negócios, após o evento. Entre os diferenciais dos novos hotéis, a principal exigência apontada fica por conta dos serviços de qualidade, da tecnologia e praticidade. "Uma banda larga que funcione com qualidade é um requisito básico, por exemplo. O principal perfil é daquela pessoa que vem tratar de negócios e só tem tempo de acessar seu computador no quarto de hotel", explica Eraldo Santanna.

Dos hotéis já existentes, a necessidade é de constante modernização e adequação aos padrões de qualidade do mercado atual. De acordo com o FOHB, é preciso direcionar anualmente até 5% do faturamento bruto para a manutenção das estruturas, além de reformas e readequações a cada 10 anos, com inversões de 20% a 30% do investimento inicial.

Investimento

Maior hotel da cidade será erguido no centro histórico

Com 280 apartamentos, a rede Slaviero começa a construir neste ano o que deve ser o hotel com o maior número de quartos da cidade até a data da sua conclusão, prevista para 2015. A construção será erguida na rua Jaime Reis, próximo ao Largo da Ordem, no centro de Curitiba.

O foco do investimento é, fundamentalmente, o turismo de negócios, que corresponde a cerca de 25% do número total de turistas no país de acordo com o Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil. Em função disto, o empreendimento terá um perfil econômico.

De acordo com o diretor de expansão da rede da Slaviero, Eraldo Santanna, para esta empreitada, a empresa aposta nas pessoas que têm motivações profissionais para vir a cidade para participar de reuniões, congressos e seminários, que caracterizam uma estada rápida. Apesar de ser a grande garantia para os investimentos no setor no futuro, o empreendimento não visa somente o turismo de negócios. "O foco também é em atrair famílias que pretendem passar um final de semana em Curitiba, por exemplo", pondera o diretor.

Em voga até 2014, o setor hoteleiro em Curitiba apresentou crescimento significativo em 2011, de acordo com a pesquisa Panorama da Hotelaria Brasileira, que analisou o momento do setor em seis cidades brasileiras no ano passado. O principal motivo da alta foi o aumento no valor médio das diárias praticadas na cidade, que subiram 13,1% no ano passado.

Historicamente, Curitiba sempre foi uma das cidades com uma das diárias médias mais baixas entre as capitais brasileiras, mas nos últimos anos esse cenário começou a mudar – fenômeno que está incentivando empresários a planejarem novos investimento para o município. Em 2010, a média das diárias já havia crescido 5,3%, descontanda a inflação.

O principal índice para aferir o crescimento do setor é o chamado RevPAR, abreviação do inglês para "Revenue per Available Room", ou Receita por Quarto Disponível. Em Curitiba a alta foi de 15,8%, enquanto no Brasil este índice cresceu 12,2% no ano passado em relação a 2010.

Sistematicamente, as tarifas em Curitiba vem sendo reajustadas nos últimos dois anos. "Em 2010, a diária média da cidade era de R$ 141. Agora, de acordo com dados até março deste ano, o valor está em R$ 187", detalha Ronaldo Albertino, diretor de desenvolvimento da rede Bourbon Hotéis e Resorts na América Latina. Ele afirma que isso propicia um cenário para novos produtos hoteleiros.

Segmentação

O destaque diz respeito à segmentação de leitos. O crescimento de 17,8% no valor das diárias dos leitos econômicos (até R$ 190) na cidade foi o maior apontado pela pesquisa, realizada pela consultoria HotelInvest.

Segundo o diretor de expansão da rede da Slaviero, Eraldo Santanna, Curitiba ainda tem espaço para investimentos em leitos de perfil econômico. Já empreendimentos em hotéis midscale e upscale, mais caros, ainda estão com folga na oferta. "A grande demanda da cidade é de turismo corporativo e é ela que vai se manter após a Copa do Mundo", afirma.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a rede hoteleira curitibana tem 12.780 unidades habitacionais, com 19.083 leitos. Para o torneio, os leitos atuais já dariam conta do fluxo de turistas. O cálculo realizado pela FIFA exige que a cidade-sede tenha um número de vagas disponíveis em hotéis que totalizem 30% da capacidade do estádio local em um raio de até 150 quilômetros do local dos jogos. No caso de Curitiba, o projeto é que a Arena da Baixada tenha capacidade para 41 mil torcedores e, portanto, seriam necessários pouco mais de 12 mil leitos.

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