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A disparada do dólar em setembro reduzirá a dívida pública em cerca de R$ 40 bilhões, segundo projeção feita a partir de dados do Banco Central. A queda se explica pelo saldo acumulado nas reservas em moeda estrangeira do governo, que se valorizam quando a moeda dos EUA fecha em alta.

No fim de agosto, o endividamento estava em R$ 1,183 trilhão, ou 40,5% do Produto Interno Bruto (PIB). O BC estima que, com o dólar a R$ 1,90, a relação entre dívida e PIB deve cair para menos de 40%, o que não ocorre desde 1998. "Nossa dívida em dólar não existe mais. Por isso, ao contrário do que acontecia antes, uma desvalorização do câmbio reduz a dívida líquida do setor público", explica o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes.

Para calcular a dívida pública, o BC soma compromissos a pagar assumidos por governo federal, estados, municípios e empresas estatais e desconta as aplicações. As maiores são as reservas internacionais, que crescem graças à compra de dólares pelo BC – ontem, elas estavam em US$ 207,9 bilhões.

Superávit

De janeiro a agosto, o setor público acumulou superávit primário (receitas menos despesas, exceto gastos com juros) de R$ 108,4 bilhões – que não foram suficientes para cobrir os R$ 119,3 bilhões de juros sobre a dívida pública no período. O economista-chefe da Austin Ratings, Alex Agostini, diz que o risco para as contas públicas está na possível queda na arrecadação de tributos que deve acompanhar a desaceleração econômica. "Mas isso não preocupa tanto, porque ainda tem uma gordura para queimar." Nos 12 meses até agosto, o superávit primário foi de 4,42% do PIB, acima dos 4,3% da meta do governo.

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