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A receita nominal do setor de serviços registrou um crescimento de 1,7% em abril frente a igual mês do ano anterior, anunciou nesta quinta-feira (18) o IBGE, em sua Pesquisa Mensal de Serviços (PMS). O resultado é o segundo menor da série interanual, iniciada em janeiro de 2012 nesta comparação.O resultado mais baixo foi observado em fevereiro deste ano, quando o avanço foi de apenas 0,9% em relação a igual mês de 2014. Em março de 2015, o crescimento da receita nominal atingiu 6,1% ante março de 2014.

No ano, a taxa acumulada atingiu 2,6%. Em 12 meses, a alta é de 4,3%. Os serviços profissionais, administrativos e complementares foram os que mais cresceram (6,7%), seguidos por serviços prestados às famílias (1,2%) e transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio (1%). Já os serviços de informação e comunicação e outros serviços registraram resultado negativo de 0,1% e 2,2%, respectivamente.

Primeiro indicador conjuntural mensal que investiga o setor de serviços no país, a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) inclui as atividades do segmento empresarial não financeiro, exceto os setores de saúde, educação, administração pública e aluguel imputado — o valor que os proprietários teriam direito de receber se alugassem os imóveis onde moram.

Para IBGE, setor de serviços sofre efeitos da fraqueza da economia

A dinâmica do setor de serviços acompanha as demandas da indústria, do comércio e da agricultura. Diante da conjuntura desfavorável e da desaceleração de economia, os serviços também têm mostrado pouco fôlego, avaliou nesta quinta-feira, 18, Juliana Paiva Vasconcellos, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geograf ia e Estatística (IBGE)

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O setor de serviços é um dos mais importantes na composição do Produto Interno Bruto (PIB), respondendo por cerca de 60% do chamado lado da oferta — formado também por indústria e agropecuária. O setor fechou 2014 com alta acumulada de 6%, a menor da série histórica. Em 2012, o faturamento dos serviços avançou 10% e, em 2013, 8,5%.

Como a pesquisa é recente, o IBGE ainda não divulga números oficiais descontando a inflação. Com isso, os dados mostram apenas o aumento do faturamento, e não o avanço do volume de vendas.

O segmento de serviços prestados às famílias cresceu 1,2% frente a abril de 2014, inferior às taxas de março (2,5%) e fevereiro (6,8%). A variação acumulada no ano é de 4,9% e em 12 meses, de 7%. Os serviços de alojamento e alimentação variaram 1,1% e outros serviços prestados às famílias, 1,6%. A massa de rendimento real habitual recuou 3,8% entre abril 2015 e de 2014, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE. Com isso, afirma o instituto, a redução do poder aquisitivo somada ao crescimento dos preços de alimentação fora de casa, acima da média geral do IPCA de abril, contribuíram para que a variação nominal dos serviços prestados às famílias atingisse o menor patamar desde o início da série.

Recuo dos gastos dos governos impacta setor

Os serviços de informação e comunicação caíram 0,1% em abril na comparação com igual mês do ano anterior, contra 2,9% em março e 0,7% de fevereiro. No ano, a variação acumulada é de 0,4%. Em 12 meses, de 1,6%. Os serviços de tecnologia da informação e comunicação (TIC) apresentaram taxa de 1,1% e os serviços audiovisuais, de edição e agências de notícias, tiveram recuo de 6,8%. Cortes de despesas em publicidade e propaganda por empresas e pelos governos federal, estaduais e municipais contribuíram para a variação negativa, em especial nas atividades de televisão aberta.

Já os serviços profissionais, administrativos e complementares cresceram 6,7% em abril, abaixo dos 8,7% de março, mas superior aos 3,6% de fevereiro. A variação acumulada no ano ficou em 6,2% e em 12 meses, 7,9%. Os serviços técnico-profissionais, que englobam atividades intensivas em conhecimento, recuaram 2,3% devido ao corte de despesas pelos governos e empresas. A outra atividade que compõe o segmento, os serviços administrativos e complementares, de atividades intensivas em mão de obra, cresceram 9,9%.

Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio foi um segmento com alta de 1,0%, em abril — bem abaixo dos 8,7% de março, mas acima do -1,8% de fevereiro. No ano, a variação acumulada é de 2,6% e em 12 meses, 4%. De acordo com o IBGE, este desempenho foi influenciado pelo desaquecimento das atividades industriais, gerando menor demanda dos transportes terrestres, em especial do rodoviário de cargas, tanto para a aquisição de insumos, como para o escoamento da produção. Isso contribuiu também para uma menor demanda na atividade de armazenagem, serviços auxiliares dos transportes e correio.

Os outros serviços, que englobam as atividades imobiliárias (intermediação, gestão e administração de imóveis próprios e de terceiros); manutenção e reparação; serviços auxiliares financeiros; atividades auxiliares da agricultura; e serviços de esgoto, coleta, tratamento e disposição de resíduos e recuperação de materiais, apresentaram recuo de 2,2% em abril. Em abril, o segmento registrou uma alta de 5,3% de março e, em fevereiro, uma queda de 0,4%. A variação acumulada no ano ficou em 0,6% e em 12 meses, 4,8%.

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