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O peso de custos maiores e a valorização do real frenteao dólar tiveram impacto no desempenho financeiro da Embraer no ano passado. De acordo com o balanço da empresa, divulgado por e-mail na sexta-feira à noite, após o fechamento do mercado, a fabricante de aviões obteve em 2005 uma receita líquida de R$ 9,133 bilhões, 10,7% menor do que o resultado do ano anterior. Já seu lucro líquido alcançou R$ 708,9 milhões, contra R$ 1,280 bilhão em 2004.

O resultado dos três últimos meses de 2005 representou a terceira queda trimestral. O lucro líquido recuou 33%, para R$ 205 milhões, em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Já o Ebitda (lucro antes de despesas financeiras, impostos, amortização e depreciação) totalizou R$ 232 milhões, contra R$ 496,9 milhões no quarto trimestre de 2004.

A Embraer está entre o crescente número de companhias exportadoras do Brasil, cujos resultados começam a sofrer o impacto da valorização de 14% do real frente à moeda americana em 2005. O real mais valorizado encarece o preço em dólar das aeronaves que a empresa fabrica no Brasil, ao mesmo tempo que corrói os ganhos com exportações.

A receita líquida da empresa, no entanto, subiu 3%, de R$ 2,65 bilhões, nos últimos três meses de 2004, para R$ 2,73 bilhões no quarto trimestre do ano passado. Este resultado, segundo a empresa, se deveu à receita proveniente de serviços aos clientes, o que ajudou a neutralizar o impacto da queda no número de aeronaves entregues. De acordo com a nota da Embraer, a venda de aviões dos novos modelos Embraer 170/190, com maior valor agregado, também influiu no aumento da receita líquida no quarto trimestre. Segundo a empresa, cerca de 80% de sua receita é denominada em dólar.

No quarto trimestre, a Embraer entregou 40 aeronaves, contra 42, no mesmo período de 2004. Desse total, 26 são da nova família de aviões maiores, com 70 a 100 assentos. No último trimestre de 2004, apenas dez aeronaves dos novos modelos haviam sido entregues. No ano, o total de aeronaves entregues caiu de 148 unidades para 141.

A valorização do real encareceu o custo de mão-de-obra e de material usado para construir os aviões da nova família, como o Embraer 175. Isto reduziu o lucro da companhia. Os custos, por sua vez, subiram R$ 10 milhões, para R$ 410 milhões, entre os dois períodos. A margem bruta de vendas foi de 22,4% no último trimestre de 2005, apresentando uma melhora em relação aos 18,8% do terceiro trimestre. Porém, continuou abaixo do desempenho do quarto trimestre de 2004, quando foi de 33,5%.

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