Recessão é ameaça maior que inflação, diz Lagarde

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Londres - Os riscos de queda no crescimento econômico em todo o mundo aumentaram e os países precisam agir agora, de maneira decisiva e coordenada, afirmou ontem a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde. Ela deu as declarações em Londres, pouco antes do começo da reunião dos ministros de Finanças e presidentes dos bancos centrais dos sete países mais desenvolvidos, o G-7, que ocorreu em Marselha, no sul da França. Houve pouco sinal, até a noite de ontem, de medidas unidas dos países do G-7 contra a crise.

Em uma discussão sobre a economia global na Chatham House, em Londres, Lagarde disse que, se o crescimento continuar a perder força, os problemas com balanços patrimoniais vão piorar, a sustentabilidade fiscal será ameaçada e o espaço para políticas para salvar a economia vai desaparecer. "A principal mensagem é que, a esta altura, e devido às circunstâncias econômicas que nós estamos enfrentando, os países e os elaboradores de políticas em todo o mundo precisam agir agora, precisam agir decisivamente e agir juntos", defendeu a diretora do FMI. Ela afirmou que as expectativas de inflação "estão bem ancoradas e relativamente baixas" e que, de uma maneira geral, "a política monetária deve permanecer altamente acomodatícia, porque o risco de recessão supera o risco de inflação".

Existem poucas perspectivas de que os países do G-7 tomem uma ação conjunta contra a crise. Os três países da zona do euro – Alemanha, França e Itália – enfrentam pressões dos outros países europeus para encontrarem soluções para a crise da dívida soberana, que já dura dois anos. As preocupações só aumentaram ontem, quando Jürgen Stark, um diretor graduado do Banco Central Europeu (BCE), pediu demissão. A saída de Stark e incertezas sobre um segundo pacote de socorro à Grécia derrubaram as bolsas.

Dos países do G-7, a Itália é o mais envolvido na tempestade da crise da dívida. A dívida do governo italiano, que corresponde a 120% do PIB do país, está entre as maiores da Europa e os custos de empréstimos para o governo italiano saltaram nas últimas semanas.