Veja a lista completa dos medicamentos com desconto| Foto:

As farmácias das bandeiras da rede Wal Mart vão vender medicamentos genéricos com desconto especial, pelo preço máximo de R$ 9,90. O programa de redução de preços, lançado ontem em todo país, atinge 404 dos 600 genéricos vendidos atualmente pela rede, que passam a custar entre R$ 1,90 e R$ 9,90 – um desconto médio de 60% em relação aos preços que vinham sendo praticados nos genéricos. No Paraná, das 36 lojas do grupo – que no estado engloba as bandeiras Mercadorama, BIG, Wal Mart Super Center, Maxxi e Sam’s Club – somente duas (nas avenidas Arthur Bernardes e Paraná, em Curitiba) têm farmácias da própria rede e participam do programa. Em todo Brasil, o Wal Mart tem 116 drogarias, 99 delas localizadas na Região Nordeste.

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A rede priorizou a escolha de remédios de uso contínuo – como antidepressivos, antihipertensivos e de controle da diabete – para aplicação do programa. "Foi uma gama de medicamentos escolhida pela demanda", afirma o presidente do grupo no Brasil, Vicente Trius. O investimento em divulgação do programa é de R$ 250 mil. Sobre o custo do programa em si, Trius não informa cifras. "É um investimento que ainda não calculamos, pois vai depender da demanda. O programa não tem prazo de duração, nem se trata de uma promoção.

Em relação ao preço do produto de referência (aquele medicamento com nome comercial, que dá origem ao genérico), o preço máximo de R$ 9,90 pode representar até 88% de desconto. É o que acontece com o antibiótico Cipro, que custa até R$ 81,97, e na versão genérica Ciprofloxacino baixou de R$ 31,64 para R$ 9,90. "O preço de R$ 9,90 é o mais razoável que encontramos entre o preço do produto e um valor que permita facilitar o acesso da população ao remédio", explica o presidente.

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Os descontos alcançados pelo Wal Mart são resultado da força de negociação da rede com os laboratórios fabricantes dos genéricos. Nenhum medicamento será vendido abaixo do preço de custo, garante o diretor de farmácias da rede, Élcio Bello. O programa, inspirado em uma ação de venda de medicamentos a US$ 4 nos Estados Unidos, tem por objetivo, diz Trius, seguir a missão da empresa de proporcionar qualidade de vida. A rede baseia seus argumentos em dados do IBGE, que indicam que o brasileiro com renda mensal de até R$ 400 gasta 5,41% do que ganha em medicamentos, e da Organização Mundial da Saúde (OMS), que diz que metade da população já abandonou tratamento de saúde por falta de dinheiro para os remédios.

Mas a iniciativa também deve arrecadar um tíquete médio maior para a rede, prevê o especialista em varejo Marcos Kahtalian, professor de marketing de serviços da Unifae. "A lógica do varejo de farmácia atualmente é da conveniência. Neste caso, o consumidor vai em busca de remédio e tem o supermercado inteiro para comprar mais coisas", diz ele. Kahtalian lembra que trabalhar sua imagem relacionada ao baixo preço é uma característica do Wal Mart. "Eles foram pioneiros neste tipo de estratégia. A idéia é não fazer promoção, mas ser insistentemente barato em alguns produtos", observa.