Ao abrir a reunião do Fórum que vai discutir a reforma da Previdência, o ministro Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) afirmou que as mudanças vão atingir apenas quem está ingressando no mercado de trabalho. A reforma, disse, não vai pegar quem está prestes a se aposentar, preservando direitos adquiridos. O ministro destacou no entanto que o governo não tem uma proposta fechada e que esta é uma oportunidade para “concertação”.
“Tem uma dinâmica vinculada à demografia, não para a atual geração, não para mim, não para quem está a cinco, seis, dez anos de se aposentar, mas para quem está ingressando no mercado de trabalho.”
Berzoini, que já foi ministro da Previdência do governo Lula, disse que o sistema previdenciário brasileiro continuará sendo “de repartição e solidário”, ou seja, um sistema no qual todos contribuem para garanti-lo. Esses são temas sagrados para o governo. Sem citar a rejeição da reforma por parte de sindicatos e de setores de seu próprio partido, o ministro reconheceu que a discussão é delicada e gera conflitos.
Tem uma dinâmica vinculada à demografia, não para a atual geração, não para mim, não para quem está a cinco, seis, dez anos de se aposentar, mas para quem está ingressando no mercado de trabalho.
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“Como tratar desses temas delicados, muito caros, sem que haja um nível de conflito que muitas vezes dificulta o trabalho de ambas as partes. É um tema decisivo para o país”, discursou, citando o momento difícil por que passam a economia brasileira, internacional e o mercado de trabalho nacional.
Apesar de não estar prevista a participação do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, ele desceu para a reunião, no segundo andar do Palácio do Planalto, a pedido da presidente Dilma Rousseff. Wagner fez um apelo ao diálogo e afirmou que as paixões precisam ser orientadas pelo diálogo: “é gratificante e construtivo quando a gente consegue colocar a nossa verdade para ser mediada com outras verdades para ser construída uma verdade possível na democracia”, disse Wagner, acrescentando: “que a luz ilumine as nossas cabeças e as nossas paixões sejam orientadas pela racionalidade necessária para o diálogo.”
Ele também repetiu o discurso da presidente, destacando que as dificuldades econômicas do momento devem ser vistas como uma oportunidade para que se encontrem soluções. “O momento é tão ruim e tão difícil para nós, que não temos o direito de desperdiçá-lo olhando para nós mesmos e para as próximas gerações.”
O Fórum é composto por representantes das centrais sindicais e dos empregadores, com a participação de vários ministros. Foi criado em abril do ano passado, instalado em setembro. Esta é a segunda reunião do grupo.
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