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Uma área de quatro hectares, quase aos pés da Serra do Mar, em São José dos Pinhais, está sendo usada para o cultivo de sete variedades de uvas europeias | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Uma área de quatro hectares, quase aos pés da Serra do Mar, em São José dos Pinhais, está sendo usada para o cultivo de sete variedades de uvas europeias| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

Onde encontrar?

Lançamentos estarão em restaurantes e casas especializadas

Por enquanto, o tinto Angustifólia (R$ 49) e o espumante Poty (R$ 59) estão sendo vendidos apenas em alguns restaurantes finos de Curitiba, mas em breve devem chegar também às casas especializadas. Segundo o diretor e idealizador da vinícola, Renato Adur, pelo menos por hora, a intenção é promover os dois lançamentos para os apreciadores da bebida em Curitiba e região, um mercado com concorrentes importados e nacionais de peso. "Queremos que as pessoas possam experimentar um vinho fino, feito aqui, com toda a tecnologia disponível e foco na qualidade. Esse é o nosso diferencial. Além de bons vinhos e espumantes, queremos vender a imagem da região", diz. Como parte da divulgação da dupla Angustifólia e Poty, a vinícola também projeta disputar o mercado de eventos.

  • Tanques de aço inoxidável controlam a temperatura
  • O solo foi analisado e corrigido para a produção
  • Estreia foi com o tinto Angustifólia e o espumante Poty

A 40 quilômetros de Curi­­­tiba, em São José dos Pinhais, a Vinícola Araucária conduz um projeto audacioso que pretende incluir a região no roteiro dos vinhos finos internacionais. Em quatro hectares, quase aos pés da Serra do Mar, estão sendo produzidas em caráter experimental sete variedades de uvas europeias: as italianas nebbiolo e teroldego e as francesas cabernet franc, cabernet sauvignon, chardonnay, pinot noir e viognier, escolhidas a dedo por técnicos e enólogos do Rio Grande do Sul que fazem parte da iniciativa pioneira na região.

VÍDEO: Veja como funciona a produção da Vinícola Araucária, em São José dos Pinhais

O projeto de cerca de R$ 2 milhões saiu do papel em meados de 2007, quando teve início o trabalho de preparação do solo para receber as mudas importadas. Dois anos mais tarde, as uvas começaram a ser cultivadas em sistema de espaldeiras no chamado paralelo 25°S, área que fica fora da tradicional faixa de cultivo do Hemisfério Sul, concentrada entre os paralelos 30°S e 50°S, que abrange grandes regiões produtoras como Chile, Argentina, Uruguai e parte do Rio Grande do Sul.

"Mesmo sem qualquer experiência regional no plantio de espécies refinadas, aceitamos o desafio. Acho que tínhamos bebido muito vinho", brinca o grande entusiasta do projeto e diretor da vinícola, Renato Adur, que já foi secretário de estado do governo Requião, deputado e coordenador da campanha política de Ratinho Júnior à prefeitura de Curitiba.

A estreia da Vinícola Araucária foi com o tinto Angustifólia, da uva cabernet sauvignon, e com o espumante Poty, da uva chardonnay. Os nomes fazem referência a dois ilustres símbolos paranaenses: o artista plástico curitibano Poty Lazzaroto e a araucária, cujo nome científico batizou o tinto da vinícola. As uvas ainda estão em processo de adaptação, mas os dois lançamentos provam que a região tem potencial para vinhos finos. "No começo mais espumantes do que tintos, mas ambos de boa qualidade", afirma Renato.

Comparada às grandes vinícolas chilenas, argentinas e gaúchas, a produção da Araucária é modesta. Na primeira safra, colhida em 2012, foram produzidas quatro mil garrafas de espumante e tinto. Neste ano, a grande incidência de chuvas na região em fevereiro fez com que a colheita fosse adiantada em 15 dias, mas a expectativa é produzir 10 mil garrafas com o aproveitamento de duas novas variedades: cabernet franc para o vinho tinto e viognier para o espumante. "Estamos trabalhando entre o cenário ideal e o possível", afirma o engenheiro agrônomo e sócio da Araucária, Adolar Adur.

Embora pequena, a produção não tem nada de artesanal. No espaço de 460 metros quadrados destinado à fabricação de vinho e espumante, boa parte dos equipamentos veio de fora, da França e da Itália.

Tecnologia é a grande aliada do projeto

Da preparação do solo até a colheita da segunda safra de uvas para a produção de vinhos e espumantes, já se vão cinco anos. De acordo com o engenheiro agrônomo Adolar Adur, estima-se que sejam necessários, no mínimo, mais cinco anos de pesquisas e monitoramento das condições climáticas da região, qualidade do solo e resposta das variedades europeias a esses fatores para atestar a viabilidade do negócio.

Diferentemente de outras regiões com tradição na produção de uvas e vinhos de alto nível, a iniciativa em São José dos Pinhais começou do zero. "Estamos bancando todos os estudos de clima, medição de chuvas, temperatura, do teor de açúcar, entre outros, para criar um histórico de adaptação e produtividade de cada uma das variedades. Até agora os resultados têm superado as expectativas, mas esse é um negócio de longo prazo", afirma Adolar.

A tecnologia empregada em todos os processos da vinícola tem sido uma importante aliada. Começou no campo, com a análise e correção do solo e escolha minuciosa de variedades europeias de locais de boa procedência. Na produção do vinho, os equipamentos são de ponta: tanques de aço inoxidável com sistema de controle de temperatura, prensa pneumática para esmagar as uvas mais suavemente e barricas de carvalho importadas da França para armazenar a bebida adequadamente.

Com a ajuda da tecnologia e de profissionais com conhecimento e experiência, a Vinícola Araucária trabalha agora para melhorar a qualidade do "terroir", palavra francesa que representa um conjunto de fatores que influenciam a qualidade do vinho, mas basicamente solo, planta e clima. Afinal, dizem os especialistas no assunto, é no vinhedo que se define a qualidade do vinho.

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Economia | 2:45

Das técnicas de preparação do solo a escolha dos equipamentos para a produção de vinhos, a Vinícola Araucária foi buscar o que há de mais moderno na vitivinicultura mundial para incluir Curitiba e região no roteiro dos vinhos e espumantes de padrão internacional.

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