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Pátio da Renault em Paranaguá: porto ainda receberá automóveis para a Região Sul e peças para a fábrica de São José dos Pinhais | Valterci Santos / Gazeta do Povo
Pátio da Renault em Paranaguá: porto ainda receberá automóveis para a Região Sul e peças para a fábrica de São José dos Pinhais| Foto: Valterci Santos / Gazeta do Povo

A Renault resolveu substituir o Porto de Paranaguá pelo de Vitória (ES) para parte das suas importações de automóveis. A informação foi confirmada pela empresa, que, no entanto, não revelou o motivo da alteração. A mudança começou em meados de fevereiro.

As informações de mercado são de que a montadora foi atraída por incentivos oferecidos pelo porto capixaba, como os do Fundo para o Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap), criado na década de 70 e que visa promover as importações e exportações pelo terminal. O programa pertence ao Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), prorroga o pagamento de ICMS e financia tradings que utilizam o porto com prazo de pagamento de até 25 anos e carência de cinco anos. Além disso, a empresa pretende dar agilidade ao transporte de veículos do porto até a rede de concessionárias. O Porto de Vitória vai abastecer inicialmente as concessionárias das regiões Norte e Nordeste.

A Renault já comunicou a sua rede de revendas sobre a mudança, que deve ter impacto nos negócios do Porto de Paranaguá. A montadora é uma das empresas que mais movimenta veículos no terminal paranaense. Até então, a fabricante fazia praticamente 100% de sua movimentação de cargas pelo terminal, entre exportações e importações de veículos e peças. No ano passado, dos 91.164 veículos importados por Paranaguá, 41% pertenciam à Renault e à Nissan.

Aparentemente, a importação de peças continuará a ser feita por Paranaguá, já que ela abastece a fábrica, localizada em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. O porto também vai receber os veículos direcionados à Região Sul.

Câmbio

O forte crescimento das importações foi um dos motivos para a alteração da rota de distribuição. A montadora de origem francesa traz veículos da Argentina e a japonesa Nissan, sua coligada, do México. Favorecidas pelo câmbio, as importações das duas marcas dispararam no ano passado e a empresa projeta um crescimento expressivo também para 2011.

Em 2010, a Renault vendeu 42,6 mil veículos importados no mercado brasileiro entre automóveis e comerciais leves – 300% mais do que em 2009. A Nissan incrementou em 52% a venda de importados, para 14,3 mil unidades. Entre os veículos importados pela Renault está o Clio, carro de entrada da marca. A empresa também aposta na importação do Fluence, sedã que foi lançado recentemente no país e que é montado na Argentina.

A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) não concedeu entrevista sobre o assunto, mas sua assessoria de imprensa informou que não tem qualquer informação sobre a iniciativa da Renault de passar a usar o porto capixaba. Segundo a Appa, Paranaguá tem, de imediato, uma área com condições de abrigar mais 6 mil veículos e estuda a possibilidade de utilização de outros espaços se houver demanda maior.

A perda de parte da movimentação da Renault é mais um baque para o terminal paranaense, que vem perdendo posições frente aos seus rivais nos últimos anos. Hoje Paranaguá é o quarto maior porto no ranking de comércio exterior, perdendo para Santos (SP), Itaguaí (RJ) e o próprio porto de Vitória (ES). No ano passado, o Porto de Vitória foi o que mais cresceu no país, com um avanço de 41% na movimentação – 6 milhões de toneladas, principalmente de produtos da indústria do petróleo e minério de ferro. Graças a um programa de incentivos agressivo, o porto vem conquistando novos clientes. Além da Renault, movimenta cargas também da montadora coreana Kia.

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