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As duas empresas querem fabricar 32 exemplares do Twizy a partir do ano que vem | Divulgação
As duas empresas querem fabricar 32 exemplares do Twizy a partir do ano que vem| Foto: Divulgação

Perspectiva

Montadora vê mercado de veículos ligeiramente menor que em 2012

O mercado de veículos no Brasil deve ficar estável ou ligeiramente menor que no ano passado, segundo previsão da Renault. Para o presidente da montadora no país, Olivier Murguet, o mercado vive uma consolidação. "O Brasil cresceu por sete anos consecutivos, é o quarto maior mercado mundial. É natural que passe por esse processo. Agora não sabemos quando ele vai voltar crescer", diz. A Renault, porém, vem conseguindo crescer acima do mercado. Fechou o terceiro trimestre com uma participação de 7,2%, recorde para a marca no país e acima dos 6,6% conquistados em 2012.

A francesa Renault e a Itaipu lançaram ontem um projeto para montar o carro elétrico Twizy no Brasil a partir do início de 2014. O veículo, de dois lugares, enquadrado na categoria de quadriciclo na legislação brasileira, foi lançado em 2012 pela montadora e atualmente é fabricado na França.

Inicialmente serão montadas 32 unidades, em regime SKD, que virão desmontadas da Europa. Por enquanto o modelo – que ainda não tem homologação no Brasil – não será vendido no mercado e será de uso restrito dentro da área de Itaipu. "O objetivo é conhecer o modelo e desenvolver uma cadeia de fornecedores nacionais", diz Celso Ribeiro Novais, chefe da assessoria de mobilidade elétrica sustentável de Itaipu.

Entre as prioridades, está o desenvolvimento de itens como bateria, responsável por 50% dos custos do carro, e do motor e da parte eletrônica dos veículos (20% dos custos). Não há prazo para a nacionalização, mas ela deve demorar pelo menos dois anos e pode reduzir os custos da peça em até um terço.

A estratégia deve ajudar a baratear os preços do carro elétrico, que hoje esbarra na falta de uma política de incentivos para viabilizar sua venda no país. Como não há uma categoria de tributação para o carro elétrico, o IPI para esse tipo de carro hoje é de 25%. O imposto de importação é de 35%. Na França, ao contrário, o Twizy, não paga imposto e custa 7 mil euros. "A ideia é começarmos modestamente. Produzir no Brasil depende da demanda do consumidor. E essa demanda só vai existir quando houver uma política tributária adequada. O consumidor gosta da ideia do carro elétrico, mas não quer pagar mais por isso. E essa é a estratégia da Renault", diz o presidente da montadora do Brasil, Olivier Murguet.

Dentro da usina existem hoje 200 eletropostos, onde são carregados os modelos elétricos. Na Europa, o Twizy roda em cidades e rodovias de perímetro urbano. O veículo tem autonomia de 45 a 80 quilômetros, potência de 17 cavalos e recarga de 3 horas e meia.

Desde 2006, Itaipu vem desenvolvendo tecnologia movida a energia para veículos, como automóveis, ônibus e caminhões. Segundo Novais, já foram desenvolvidos 80 modelos entre protótipos, testes e ensaios com marcas como Fiat, Agrale e Iveco, dentre outras. A atual linha tem capacidade para montar entre 40 e 50 veículos elétricos por ano e um novo galpão será usado para o projeto com a Renault, que poderá ser ampliado no futuro.

O carro elétrico é uma das principais apostas mundiais do grupo Renault, que está investindo 4 bilhões de euros na tecnologia e já lançou, além do Twizy, os modelos Fluence, Kangoo e Zoe que funcionam com energia elétrica, além do Leaf, em parceria com a coligada Nissan. Atualmente 2 mil engenheiros estão trabalhando nessa área. No mundo, a Renault já vendeu 100 mil veículos elétricos.

A repórter viajou a convite da Renault

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