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Brasília (AE) – O Brasil está perdendo importância na economia mundial e um dos resultados disso é o empobrecimento da população. Estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que, nos últimos dez anos (entre 1996 e 2005), a renda per capita do Brasil aumentou 0,7% ao ano, ante a média mundial de 2,6%. "Se o Brasil mantiver o atual ritmo de crescimento econômico levará um século para conseguir dobrar a renda per capita e chegar próximo à atual renda per capita da Coréia do Sul ou de Portugal", afirma o estudo. Em 2004, a renda per capita dos brasileiros era de US$ 8.020, equivalente a cerca de um quinto da dos norte-americanos.

Com o baixo ritmo de expansão da economia, o PIB per capita do Brasil teve um dos piores desempenhos do mundo e cresceu menos até que a de outros países da América Latina na última década. Na Argentina, que enfrentou uma violenta crise financeira e política entre 2001 e 2002, o PIB per capita aumentou 2,2%. No México, a renda cresceu 2,1% e, no Chile, 2,8%.

No mesmo período, China e Índia lideraram a expansão do PIB per capita. O rendimento médio dos chineses aumentou 7,7% ao ano entre 1996 e 2005. Caso a China mantenha esse ritmo de crescimento, a renda média da população, que era de US$ 5.530 em 2004, dobrará em nove anos e vai superar a dos brasileiros, lembra a nota da CNI. "Mantidas as condições de crescimento da última década, o futuro do Brasil será ruim", prevê Paulo Mol, economista da CNI.

Para chegar a essas conclusões, o estudo da CNI levou em conta o fato de que o país cresceu 2,2% em média ao ano, durante os últimos dez anos, enquanto que o restante do mundo teve uma expansão de 3,8%. Novamente um alerta: entre 1996 e 2005, o Produto Interno Bruto (PIB) do país aumentou 22,4%. No mesmo período, o mundo cresceu 45,6%. Ou seja, por dez anos consecutivos, o Brasil cresceu menos que a média mundial.

O baixo desempenho da economia brasileira é resultado da falta de investimentos. "O Brasil investe pouco comparativamente à média mundial, sobretudo em relação aos países emergentes da Ásia", diz a nota. De 1995 a 2004, o volume de investimentos representou 19,3% do PIB, taxa inferior aos 32,6% das economias emergentes da Ásia. Por isso, lembram os técnicos da CNI, os países asiáticos são os que mais crescem. Na média mundial, os investimentos equivaliam a 22,1% do PIB na última década.

Além de aumentar os investimentos, o Brasil precisa enfrentar outros desafios para retomar o crescimento. Paulo Mol destaca que a expansão da economia a taxas compatíveis com a do resto do mundo também depende de avanços nas reformas estruturais e da solução de problemas como o excesso de burocracia e o rigor da legislação trabalhista.

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