Confira a taxa de desemprego em Curitiba| Foto:

Ipardes

Desemprego na RMC sobe para 4,4%

Na região metropolitana de Curitiba, o desemprego subiu de 3,7% em abril para 4,4% em maio. Gilmar Mendes Lourenço, presidente do Ipardes, afirmou que o dado não significa perda de dinamismo no mercado de trabalho local. "Houve ampliação da PEA [População Economicamente Ativa] em 61 mil pessoas, ou da taxa de atividade, que passou de 58,9% da População em Idade Ativa (PIA), em abril, para 60,7% em maio de 2011, e que não foi acompanhada pela evolução da oferta de vagas", argumentou.

Segundo a PME, a taxa de desemprego média nas seis principais regiões metropolitanas do país em maio continuou em 6,4%. Elson Teles, economista-chefe da Máxima, diz que os dados do desemprego ainda não seguiram o rumo de outros números, como os resultados da indústria, que trouxeram recentemente uma desaceleração no segundo trimestre. "Sabemos que o mercado de trabalho é o último a sentir", afirma.

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Depois de uma queda brusca de 5,7% em abril, o rendimento médio real dos trabalhadores de Curitiba e região metropolitana teve uma leve recuperação em maio, segundo dados do Instituto Paranaense de Desenvolvi­mento Econômico e Social (Ipardes). O valor de R$ 1.634,30 no mês passado corresponde a um aumento de 1,1% na comparação com abril – mesma variação da média nacional, que subiu para R$ 1.566,70 no mês passado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que faz a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) em seis regiões metropolitanas, sem considerar a capital paranaense.

O diretor-presidente do Ipardes, Gilmar Mendes Lou­renço, ressaltou que a renda curitibana só perde para as de São Paulo e Rio de Janeiro – considerando-se as regiões metropolitanas analisadas pelo IBGE. "A trajetória de estabilização do desemprego e ascensão dos rendimentos comprova a preservação do vigor das atividades econômicas, a despeito da estratégia de elevação dos juros e contenção do crédito, praticada pelo Banco Central desde o fim de 2010", afirmou Lourenço, em nota.

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Poder de compra

Analistas também comentaram que a elevação da renda tem consequências sobre a inflação. O economista-chefe da Con­córdia Corretora, Flávio Combat, aponta que a elevação reflete a menor pressão inflacionária, no período mais recente, sobre o poder de compra do trabalhador. Em sua análise, a combinação de taxa de desemprego estável e aumento do rendimento (e da massa salarial) indica que o mercado de trabalho deve continuar pressionando a inflação nos próximos meses. Para André Perfeito, da Gradual Investi­mentos, a renda real em alta mostra que as preocupações do mercado quanto à "retroalimentação inflacionária" via salários pode se concretizar, uma vez que gera aumento de custos para toda a cadeia produtiva. Ele alerta que o cenário aponta para um desafio ao Banco Central, que deverá continuar utilizando medidas de contenção ao crédito, retirando da sociedade parte da renda disponível ao consumo.

O economista-chefe da Má­­xima Asset Management, Elson Teles, afirma que o Banco Cen­tral continuará tendo um grande desafio para evitar maiores in­fluências negativas da demanda sobre a inflação. "Prevalece aquela história de que o mercado de trabalho segue sendo um vetor preocupante e um fator de risco importante para a inflação, em meio a esta preocupação com fatores que dão sustentação à demanda doméstica", comentou Teles.