Uma das ações financiadas pelo BNDES é um frigorífico da Castrolanda, do presidente Franz Borg| Foto: Josué Teixeira/ Gazeta do Povo

Pequenas empresas

Um terço dos recursos destinados ao estado atendeu micronegócios

Os pequenos negócios também impulsionaram o aumento dos repasses do BNDES aos empreendedores paranaenses. Os desembolsos às microempresas no estado aumentaram 54% em 2013 – acima da média do estado e da nacional.

Por conta disso, a participação dos empréstimos do banco de fomento às microempresas paranaenses também é maior do que a proporção média no país. No Brasil, os desembolsos do BNDES às grandes empresas são disparados os mais frequentes e concentram 66% das liberações, frente a 19% das microempresas. No Paraná, a proporção é mais parelha: 46% dos recursos anuais são destinados às grandes empresas e 35% às micro.

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Novo foco

Instituição planeja diminuir em 20% o volume de desembolsos em 2014

Em franca ascensão nos últimos cinco anos, o plano do governo federal é segurar o volume de empréstimos feitos pelo BNDES em 2014. A ideia é recuperar a credibilidade das contas públicas do país, uma vez que o Tesouro Nacional é a principal fonte de recursos para os empréstimos feitos pelo banco de fomento. Tendo isso em vista, o plano é diminuir em 20% o volume dos desembolsos – com um limite máximo de R$ 150 bilhões em repasses.

Para isso, a ordem é priorizar a análise de pedidos para projetos de infraestrutura – em detrimento de empreendimentos de serviços e agricultura, por exemplo.

Aproximadamente R$ 325 bilhões já foram repassados do Tesouro para o BNDES. Quando a política começou, em 2009, a ideia era combater a crise econômica mundial instalada e era tida como uma medida anticíclica.

O volume de repasses do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a projetos de empresas paranaenses aumentou 47% em 2013, comparado com o ano anterior. Ao todo, foram desembolsados R$ 15,9 bilhões para o estado ao longo do ano passado. O destravamento de projetos industriais, a retomada de investimentos da agroindústria e a popularização das linhas de crédito às micro e pequenas empresas foram os principais fatores que colaboraram para a forte alta nos empréstimos.

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Veja o crescimento dos recursos do BNDES

O crescimento nos desembolsos destinados às empresas do estado foi significativo – mais do que o dobro da média nacional, por exemplo, que ficou em 22%. De acordo com o coordenador da gerência de fomento da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Eduardo Kossovski, os investimentos em agronegócio foram fundamentais para a alta. "Depois de um ano mais moderado, a agroindústria teve uma retomada em 2013", explica.

O aumento no volume das operações da única linha de crédito exclusiva para investimentos no campo comprova a importância do setor para o resultado anual. Os repasses do Finame Agrícola aumentaram em 92% de um ano para o outro.

O mesmo fica evidente com o aumento no número de operações totais para projetos ligados à agricultura. Em 2012, a proporção dos desembolsos para a agropecuária em relação a todos os repasses no estado era de 25% e no ano passado passou a ser de 36%. "Os empresários do campo adiaram alguns de seus projetos de 2012 e voltaram a investir no ano passado. Houve uma concentração de pedidos de repasses", afirma o professor de Gestão do Agronegócio da UFPR, Sávio Canito.

Um destes pedidos aprovados foi para o projeto de um frigorífico em Castro que esta sendo construído pelas cooperativas Castrolanda, Batavo e Capal. De acordo com o presidente da cooperativa Castrolanda, Franz Borg, o ritmo dos investimentos deve se manter para 2014. "A segunda fase do projeto está em processo de análise no banco e deve sair do papel no segundo semestre", afirma. A próxima etapa, orçada em R$ 120 milhões, consiste na construção de uma indústria de processamento e embalagem das carnes.

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PR é o 3.º estado que mais recebe verba do Tesouro Nacional O crescimento no volume de desembolsos recebidos pela iniciativa privada levou o Paraná ao posto de terceiro estado com mais repasses do BNDES vindos do Tesouro Nacional. Os recursos para o estado, que são responsáveis por cerca de dois terços dos montantes concedidos pelo banco, chegaram a R$ 11,3 bilhões em 2013 – atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais, que receberam R$ 30,4 bilhões e R$ 11,7 bilhões, respectivamente. No acumulado desde 2009, o Paraná também passou o Rio Grande do Sul e assumiu o quarto posto no ranking de estados que mais receberam recursos do Tesouro via BNDES na história. Em quatro anos, o estado paranaense recebeu R$ 35,4 bilhões. No mesmo período, o estado gaúcho foi alvo de R$ 34,9 bilhões em desembolsos.