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Acabou sem acordo a reunião de negociação realizada nesta terça-feira (8) entre os índios da etnia juruna, representantes da empresa Norte Energia e da Funai (Fundação Nacional do Índio) para tentar encerrar um bloqueio de uma estrada de acesso à usina hidrelétrica de Belo Monte, no sudoeste do Pará.

As obras no local continuam parcialmente paralisadas devido ao protesto dos índios, que começou na segunda-feira (7).

O impasse na reunião, que durou cerca de quatro horas, é o pedido feito pelos índios, que querem uma indenização de R$ 300 mil. Eles deram um prazo até as 16 horas de quinta-feira (9) para a empresa responder sobre a reivindicação.

Por telefone, o índio Jailton Juruna afirmou que o dinheiro será dividido entre 70 indígenas que são pescadores de peixes ornamentais.

Ele disse que depois que a barragem provisória (ensecadeira) da obra foi terminada, no final do ano passado, as águas do rio Xingu ficaram turvas, impedindo a pesca nos últimos dois meses nas aldeias Paquiçamba, Furo Seco e Muratú, que ficam na região conhecida como Volta Grande do Xingu.

"Vamos continuar com o bloqueio até que tragam uma resposta da nossa indenização. Podemos ficar aqui o necessário", afirmou.

Roberto Camilo, diretor socioambiental da Norte Energia, afirmou que as negociações continuam. "Recebemos a demanda dos índios e vamos resolver essa questão amanhã. Se houve realmente uma perda comprovada a empresa será obrigada a compensar", afirmou.

Antes de a reunião acontecer, Francisco Brasil, coordenador da Funai, havia negado que os índios tivessem pedido indenização de R$ 300 mil. A reportagem não conseguiu localizá-lo durante a tarde de hoje.

Pintados e armados com flechas, os índios iniciaram o bloqueio em uma estrada de acesso ao sítio Pimental, um dos três canteiros da obra da usina, a 50 km da cidade de Altamira.

Quinze ônibus foram retidos pelos índios. Não houve incidentes, segundo a Força Nacional de Segurança. O protesto é monitorado também pela Polícia Federal. Mais de 4.000 operários estão sem trabalhar - mil deles continuam alojados no canteiro.

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