| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Se a Risotolândia começou na década de 1950 como uma cozinha de refeição coletiva, o foco da empresa é se tornar cada vez mais uma indústria de alimentação com processos automatizados. A empresa investiu no último ano R$ 1,5 milhão para acelerar processos internos, como corte de frutas e preparo de alimentos. As melhorias garantem mais eficiência e assertividade na preparação e embalagem das mais de 500 mil refeições que são produzidas diariamente.

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“Só não vamos automatizar as etapas que precisam do olho humano”, explica Carlo Domênico Túlio, coordenador de projetos da empresa. São etapas como a seleção, corte e limpeza de alguns alimentos, que ainda dependem do trabalho manual para garantir que o produto está adequado para o consumo.

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R$ 16,9 bilhões

É o faturamento estimado para o mercado de refeições coletivas para 2016, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Refeições Coletivas (Aberc). No ano passado, o faturamento atingiu R$ 17,8 bilhões, valor 6% superior ao esperado para este ano.

As demais áreas estão sob constante estudo para implantação de máquinas e processos que reduzam o desperdício e melhorem a produtividade. É o caso do desenvolvimento de um contador automático de frutas, equipamento que faz a sanitização, enxague e contagem de laranjas, pêssegos, maçãs, peras e demais frutas unitárias.

O equipamento foi desenvolvido pelo setor de projetos da Risotolândia e tem capacidade para separar até 11 mil unidades por hora, com apenas cinco funcionários na operação. Antes, eram 11 pessoas que separavam 9 mil frutas por hora.

Os funcionários ficam encarregados apenas de depositar as frutas na esteira e retirá-las após a finalização do processo. A própria máquina faz a contagem e distribuição da quantidade exata de fruta por caixa. Esse processo ajudou a diminuir os erros em 3,75%.

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O grupo também desenvolveu um forno contínuo para cozimento de carnes. Antes, o processo era feito por várias máquinas de pequeno porte que precisavam da presença constante de um funcionário. A empresa também aproveitou o novo equipamento para diminuir o número de frituras e ampliou o cardápio de assados. Isso reduziu a quantidade de óleo utilizada de 84 toneladas por ano para 18 toneladas ano.

O pacote de R$ 1,5 milhão de investimentos ainda inclui a renovação das máquinas da linha de pães, a câmara de resfriamento para pratos congelados e a máquina de marmitas. A produção de pães passou de uma média diária de 30 mil para 90 mil unidades e os funcionários não precisam mais retirar as massas manualmente e transferir de uma máquina para outra.

Próximos projetos

Criado há três anos, o departamento de projetos da Risotolândia conta com cerca de 10 pessoas dedicadas à pesquisa e desenvolvimento. Estão na lista de projetos a serem desenvolvidos um descascador automático de melão, mamão e abacaxi e um biodigestor que transforma resíduo orgânico em energia elétrica. Para desenvolvimento dos projetos, o grupo conta com a parceria de instituições como o Sebrae e outras empresas privadas.

Já alguns itens da marmita, como feijão e arroz, passaram a ser distribuídos automaticamente através de bicos que impulsionam o produto, o que garante a precisão na quantidade. Uma marmita é embalada a cada dois segundo e meio.

Túlio explica que as melhorias garantem menos desperdício e mais precisão na distribuição dos alimentos, o que aumenta a produtividade do parque fabril. Se no começo o sonho do fundador da Risotolândia Carlos Antonio Gusso era produzir 3 mil pratos por dia, a empresa já produz mais de 500 mil refeições diariamente e trabalha para ampliar ainda mais a produção.

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O grupo

Com 4,7 mil funcionárias e um faturamento médio anual de R$ 290 milhões, o Grupo Risotolândia atua há mais de 60 anos no ramo de refeições coletivas. As refeições produzidas nas fábricas de Araucária e São José dos Pinhais, ambas na Região Metropolitana de Curitiba, vão para escolas municipais e presídios da região. O grupo também atende empresas através do serviço de restaurante corporativo in loco. A Risotolândia fornece nos estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais.