Em meio ao recuo da produção e do volume de novos negócios, o setor industrial brasileiro mostrou contração pelo quinto mês seguido em agosto. O ritmo, entretanto, foi menos intenso, voltando ao nível registrado em abril e maio, de acordo com a pesquisa Índice de Gerentes de Compras de Produção Industrial (PMI) divulgada nesta segunda-feira (03). Em agosto o PMI, compilado pelo instituto Markit, atingiu 49,3, ante 48,7 em julho e 48,5 em junho. Apesar da melhora no indicador, ele permanece abaixo da marca de 50 que separa contração de expansão.

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"Os dados de agosto indicaram uma deterioração marginal apenas nas condições de negócios do setor industrial do Brasil", informou o instituto em nota. Tanto a produção quanto o volume de novos pedidos caíram ao longo do mês pela quinta vez seguida, porém as taxas de contração foram marginais e as mais fracas nos últimos cinco meses. De acordo com a pesquisa, várias empresas citaram os preços altos de venda como motivo para a redução das novas encomendas.

O volume de novos pedidos para exportação também caiu ao longo do mês, numa tendência observada desde abril de 2011. Porém, a taxa de declínio foi a mais fraca desde março. Cerca de 5 por cento das empresas relataram uma redução na entrada de novos trabalhos provenientes do exterior, com 2 por cento registrando aumento, citando a fraqueza da economia global.

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"As evidências sugeriram que as exportações foram afetadas pelas condições econômicas globais fracas", afirmou o Markit. Acompanhando esse cenário, o nível de emprego no setor industrial também recuou pelo quinto mês seguido, sendo que 6 por cento das empresas reduziram pessoal em relação a julho, contra 3 por cento que contrataram. Mesmo assim, a taxa de redução foi a mais fraca em três meses.

Insumos

As empresas ainda relataram o aumento de preços de transporte, de produtos alimentícios e do aço. Além disso, a taxa de inflação de preço de insumos igualou em agosto o recorde de 14 meses. Várias empresas também citaram que taxas de câmbio desfavoráveis contribuíram para o aumento global nas cargas de custo.

Segundo o Markit, as empresas repassaram aos clientes parte do aumento dos custos de insumos, elevando os seus preços de venda, sendo que a taxa de aumento em agosto foi a mais rápida desde abril de 2011. Cerca de 6 por cento das empresas relataram aumento de seus preços ao longo do mês.

O setor industrial continua sob os holofotes tanto do governo quanto do mercado. A economia brasileira cresceu 0,4 por cento no segundo trimestre deste ano ante o primeiro, mas a indústria continuou mostrando mau desempenho, com retração de 2,5 por cento no período.

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulga na terça-feira os dados de julho da produção industrial brasileira.

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