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US$ 11,6 bilhões

foi o déficit registrado pelo Banco Central nas contas externas brasileiras em janeiro. As chamadas transações correntes inclui os resultados das exportações e importações, das contratações de serviços, remessas de lucros pelas empresas e outras operações que envolvem entrada e saída de capitais.

Viagens

Gastos de brasileiros no exterior têm primeira queda em 16 meses

A elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e a desvalorização do real esfriaram a disposição de consumo do brasileiro no exterior em janeiro. Os turistas brasileiros gastaram US$ 179 milhões a menos em suas viagens internacionais durante o primeiro mês de 2014, em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo o Banco Central. É a primeira vez que isso acontece desde setembro de 2012, na comparação anual.

No total, o brasileiro gastou US$ 2,1 bilhões no exterior em janeiro. Os viajantes estrangeiros deixaram no Brasil US$ 643 milhões – o saldo ficou negativo em US$ 1,5 bilhão.

De acordo com o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel, o recuo nos gastos reflete a variação do câmbio e a alta no IOF promovida pelo governo em dezembro. O imposto passou de 0,38% para 6,38% para pagamentos em moeda estrangeira com cartão de débito, cartões pré-pagos, cheques de viagem e saques no exterior. A alíquota mais alta já era adotada para cartão de crédito. Em 2013, as despesas de turistas brasileiros no exterior foram recordes, chegando a US$ 25,3 bilhões.

"As despesas com viagens internacionais estão altas, mas foi o primeiro recuo dos últimos meses, uma mudança relevante", afirmou Maciel. "A variação do câmbio é uma variável importante nessa equação."

O Brasil começou o ano com mais um rombo recorde nas suas transações com o exterior. O Banco Central registrou em janeiro um déficit de US$ 11,6 bilhões – o maior da série histórica do BC, iniciada em 1947, e mais que o dobro dos investimentos no setor produtivo recebidos pelo país no mês.

A conta das chamadas transações correntes inclui os resultados das exportações e importações, das contratações de serviços, remessas de lucros pelas empresas e outras operações que envolvem entrada e saída de capitais. No mês passado, o déficit foi impulsionado pelo saldo negativo de US$ 4,06 bilhões na balança comercial, o maior da história para o mês.

As remessas de lucros e dividendos feitas pelas empresas também contribuíram. Em janeiro, somaram US$ 2,490 bilhões, um salto de 21% em relação ao ocorrido em janeiro de 2013.

O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, argumentou que os primeiros meses do ano são tradicionalmente desfavoráveis à balança, e que, em 2014, o país tem sido afetado ainda por medidas comerciais restritivas adotadas pela Argentina.

Sobre o nível elevado das remessas, Maciel afirmou que reflete o crescimento da economia e do investimento estrangeiro produtivo no país.

Por outro lado, a conta de serviços, que aponta as receitas e despesas do país com esse setor, recuaram 8% no mês na comparação anual. Economistas destacaram que o recuo já reflete a depreciação do real frente ao dólar e antecipa um movimento esperado para as transações como um todo em 2014.

Investimento

No mês passado, o investimento estrangeiro direto somou US$ 5,1 bilhões, volume 37,6% superior ao registrado em janeiro de 2013. Por ser considerado um fluxo de recursos menos volátil, esse investimento – destinado principalmente à participação no capital de empresas – é considerado a melhor forma de financiar o déficit em transações correntes.

Apesar da alta, esse ingresso ficou bem abaixo do saldo das transações correntes. O buraco foi coberto com outros investimentos feitos por estrangeiros, como renda fixa, e com empréstimos.

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