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Boa parte da queda dos preços das commodities nas últimas semanas se deve à realização de lucros de fundos de investimento que vinham apostando forte nesses mercados. Com a previsão de retração da demanda nos EUA, na Europa e no Japão, esses fundos retiraram suas posições, puxando para baixo as cotações.

"O componente especulativo desse mercado já foi realizado. Cerca de 25% do preço era gordura", diz Alcides Leite, professor de economia da Trevisan Escola de Negócios. Segundo a AgRural, desde o início de julho os fundos liquidaram 9,5 milhões de toneladas de soja e 28,2 milhões de toneladas de milho na Bolsa de Chicago.

Para o professor de Economia Marcio Cruz, da Universidade Federal do Paraná, esse movimento foi provocado pela antecipação dos mercados à retração das economias norte-americana e européia. "Essa baixa das cotações já era esperada, mas até onde ela vai ainda é uma incógnita", diz.

Um dos mistérios é o comportamento do preço do petróleo, que, depois de bater recordes em julho, despencou nas últimas semanas. Na sexta-feira, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) reduziu sua previsão de demanda de petróleo para este ano pela quinta vez. Segundo a entidade, a demanda mundial deve crescer 1 milhão de barris diários em 2008, para uma média 86,9 milhões de barris por dia. Para 2009, a demanda mundial deve crescer em 900 mil barris por dia, chegando a uma média de 87,8 milhões de barris diários em 2009, o nível mais baixo desde 2002. "Tudo indica que o preço do barril pode cair a níveis próximos de US$ 60, US$ 70 em 2010", prevê Helder Queiroz, professor do grupo Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Segundo ele, o cenário atual aponta para uma oferta maior do que a demanda, que cresce 1,4% ao ano. (CR)

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