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A saída líquida de recursos de investidores estrangeiros da Bolsa brasileira - diferença entre compras e vendas de ações - foi de R$ 4,07 bilhões em junho, o maior desde os R$ 4,17 bilhões de setembro de 2012. O cenário global de maior aversão ao risco, com incertezas sobre o futuro dos estímulos econômicos nos EUA, e a deterioração das perspectivas em relação à economia doméstica contribuíram para a fuga de recursos, de acordo com especialistas.

A saída poderia ter sido ainda maior não fosse a entrada de pouco mais de R$ 1 bilhão por investidores estrangeiros na Bolsa paulista apenas no último pregão do mês passado.

Segundo os últimos dados publicados no site da BM&FBovespa, as compras feitas por estrangeiros somaram R$ 76,62 bilhões na bolsa paulista em junho, enquanto as vendas ficaram em R$ 80,69 bilhões. O Ibovespa registrou queda de 11,3% no mês.

Para Pedro Galdi, analista da SLW Corretora, a saída é reflexo do discurso de Ben Bernanke, presidente do Fed (Banco Central americano), no final do mês passado. Na ocasião, ele definiu um cronograma para a redução de seu programa de recompra de títulos, que atualmente é de US$ 85 bilhões por mês. "Houve um efeito psicológico que fez o dólar se valorizar frente a outras divisas e causou uma fuga de capital, principalmente nos países emergentes", afirma.

Esse efeito é resultado da expectativa de que a retirada dos estímulos provoque o aumento da taxa de juros básico nos Estados Unidos, atraindo mais investidores para o mercado americano. "Em setembro, caso o Fed retire os estímulos, deve haver nova fuga de capital e novas turbulências nos mercados", afirma Galdi.

No acumulado do ano, o saldo de recursos externos na Bovespa ainda estava positivo em R$ 4,23 bilhões no encerramento do primeiro trimestre. Na média de 2013, os estrangeiros respondem por 42,5% do volume negociado na bolsa paulista.

No grupo de investidores institucionais, que representam 32,8% do giro da bolsa, houve entrada de R$ 2,41 bilhões em junho.Já o saldo de recursos de pessoas físicas, que têm participação de 15,7%, ficou positivo em R$ 749,48 milhões no mês passado.

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