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Por maior que seja sua importância na política econômica do governo Lula, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, não provocará uma mudança de rumos nem um estrondo no mercado financeiro caso venha a deixar o cargo. Esta é a opinião mais freqüente entre os analistas econômicos. Sandra Utsumi, economista-chefe do BES Investimento, diz que ninguém do mercado acredita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mudaria sua política econômica no último ano do mandato.

- Seria como um tiro no pé - define.

A expectativa, segundo ela, é de que, se houver substituição, o novo ministro seja alguém "com o perfil do Palocci". Entre os nomes citados até agora, estão o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Murilo Portugal; o secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy; e o Senador Aloizio Mercadante. Sandra não arrisca um palpite, mas diz que o êxito de um eventual sucessor dependerá de sua força política e da capacidade de lidar com o "fogo amigo". Ela lembra que uma das maiores adversidades enfrentadas por Palocci têm sido as críticas recebidas de integrantes do próprio governo.

- Além de ter uma enorme capacidade de gestão e de ter se cercado de uma equipe técnica muito boa, o Palocci sempre demonstrou um Q.I. emocional fantástico. Nunca o vimos elevar o tom da voz - comenta Sandra.

Para Carlos Thadeu de Freitas, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC) e ex-diretor do Banco Central, a maior lacuna que Palocci deixaria seria a sua influência política. Freitas também descarta que uma eventual saída do ministro possa provocar mudanças na gestão da política econômica.

- Hoje, a economia brasileira está em uma espécie de piloto-automático. Nada pode mudar, porque existem três pilares muito consolidados, que são: as metas inflacionárias, a Lei de Responsabilidade Fiscal e o regime de câmbio flutuante. O Brasil está muito parecido com os países desenvolvidos em termos de regras. De certa maneira, os ministros estão de mãos atadas e têm que seguir políticas estabelecidas - comenta.

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