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Rio de Janeiro - Os aumentos do salário mínimo, do funcionalismo público e dos benefícios do programa Bolsa Família deverão garantir, sozinhos, 62% – ou R$ 26,5 bilhões – do acréscimo total de R$ 42,9 bilhões previstos na massa real de renda no Brasil em 2009, em relação ao ano passado. Esse reforço vai evitar um desempenho pior do Produto Interno Bruto (PIB) este ano.

Estudo realizado pelo economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, mostra também que esse aumento de renda estará concentrado, sobretudo, nas camadas de renda mais baixa da população, marcando o fim da farra da classe média dos dois últimos anos.

A situação é bem diversa da apresentada no ano passado. Em 2008, segundo o levantamento da MB, do aumento equivalente a R$ 83,5 bilhões na massa real de renda ante o ano anterior, apenas 17% vieram da renda gerada diretamente por decisões governamentais.

Dos R$ 26,5 bilhões de aumento, em relação a 2008, da massa real de renda a serem garantidos pelo governo este ano, R$ 500 milhões virão do Bolsa Família, R$ 8,6 bilhões do salário mínimo e R$ 17,47 bilhões do reajuste do funcionalismo público.

Segundo Vale, o aumento de renda impulsionado pelo governo vai garantir uma expansão de, pelo menos, 1,2% no consumo das famílias em 2009. Este segmento representa 60% do PIB pela demanda, que inclui também a Formação Bruta de Capital Fixo e o consumo do governo.

O economista é um dos que preveem variação perto de zero para o desempenho econômico este ano. Segundo o último relatório Focus, o PIB em 2009 terá queda de 0,73%. A estimativa do governo é de aumento de 1%.

Segundo semestre

Os efeitos do consumo sobre a economia serão mais acentuados no segundo semestre, já que "o grosso do aumento" do funcionalismo está programado para junho e o Bolsa Família vai incorporar 500 mil famílias em agosto e mais 500 mil em outubro, além de ter aumentado o valor do benefício.

De acordo com o economista-chefe da MB, o segundo semestre mostrará o início do processo de recuperação da economia, que ocorrerá via demanda doméstica. "A política monetária expansionista já deverá começar a surtir efeitos no começo do semestre que vem e, de outro lado, por pior que seja a qualidade da política fiscal, ela tem potencial de mitigar em parte a queda da demanda, basicamente via aumento das transferências de renda", afirmou.

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