Unidade da livraria no Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais: aposta na proximidade com o cliente| Foto: Henry Milleo

Tendência

Lojas aumentam leque de produtos e surgem como espaço de entretenimento

Embora o consumidor em potencial, a classe C, esteja crescendo, o mercado nacional de vendas de livros no Brasil está estagnado há dez anos. No entanto, esse cenário não impede a abertura de novas lojas.

Livrarias de rede de médio e grande porte têm se instalado nos locais de grande concentração de pessoas, como aeroportos e shoppings centers. Movimento que, para o presidente da Associação Nacional de Livrarias (ANL), Ednilson Xavier, é uma tendência de mercado em todo o país. "Embora tenha o crescimento do livro digital, percebemos que as livrarias passaram a ser um ponto de entretenimento, também devido à variação de produtos oferecidos", explica Xavier.

Cenário

Apesar da força das redes, das 3.095 livrarias instaladas no Brasil, 69% representam marcas com apenas uma loja, segundo dados da ANL. Do total, 12% têm de duas a dez unidades, e 19% acima de dez lojas.

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Pensando em expandir a presença em aeroportos, a Livraria Saraiva inaugurou na terça-feira, no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, mais uma unidade de suas lojas. A varejista, que começou a investir nesse nicho no ano passado, já possui unidades no Aeroporto de Garulhos (SP) e no Aeroporto Eduardo Gomes (AM).

A Saraiva já está presente no Paraná, com duas lojas em Londrina e outras duas em Curitiba. Até o fim deste ano, a previsão da Saraiva é ter 121 lojas em 17 estados e no Distrito Federal, sendo oito delas em aeroportos. Dessas oito, cinco serão abertas no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP).

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Esses investimentos fazem parte da estratégia de expansão da rede e a busca por novas oportunidades. "As lojas Saraiva em aeroportos reforçam a visão de negócios da Saraiva em estar próxima do cliente, oferecendo conveniência e facilidade com uma oferta de produtos adequada ao público viajante", afirma Pierre Berenstein, vice-presidente de operações da Saraiva.

Segundo Berenstein, a livraria enxerga nos aeroportos um mercado promissor. Tanto que a intenção é estar presente nos demais terminais públicos participando de licitações, além de ganhar espaço nos privados.

Diferentemente das lojas em shoppings centers, a arquitetura da Saraiva em aeroportos se adequa às necessidades especificas do cliente em potencial, como maior espaço entre os móveis para facilitar a circulação de passageiros com bagagens e a disponibilização de sacolas para compras enquanto circula pela loja.

A logística é a mesma, com abastecimento diário para garantir o leque de produtos.

Mercado nacional

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Até a entrada na Saraiva em aeroportos no ano passado, a livraria Laselva reinava absoluta nesse nicho desde a década de 1940. Mas com a Laselva em crise há anos, alguém tinha que substituir o espaço. "É um processo de substituição, mas não significa que estão sendo vendidos mais livros", diz o consultor editorial da PublishNews, Carlo Carrenho.

A Saraiva não é a única a querer ocupar a lacuna deixada pela Laselva. A americana Hudson News, líder global em varejo de conveniência em viagem, concorreu com a brasileira para o espaço no Aeroporto de Guarulhos.

Ela já possui duas lojas em aeroportos brasileiros, a primeira em Brasília e a segunda também no Aeroporto de Guarulhos. Além disso, pretende inaugurar outras cinco no país em 2014.