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Luciano David, diretor de operações da Schwan, diz que a empresa espera crescer 10% este ano no país | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Luciano David, diretor de operações da Schwan, diz que a empresa espera crescer 10% este ano no país| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Por trás dos produtos de maquiagem para olhos de marcas como O Boticário, Natura, Avon e L´Oréal está uma linha de produção em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Foi ali que há dez anos a multinacional alemã Schwan Cosmetics discretamente montou sua fábrica no Brasil. Líder mundial na venda de lápis cosméticos para olhos e boca, ela fez do país uma das suas principais bases de produção.

Por ano, a Schwan coloca no mercado brasileiro cerca de 40 milhões de peças, entre lápis para olhos, boca, gloss, lapiseiras, delineadores e máscara para olhos. "Produzir lápis cosmético é um negócio de escala e que exige florestas para a produção de madeira, o que não é foco para as empresas de maquiagem. Então elas investem na terceirização", explica Luciano David, diretor de operações da empresa.

A Schwan (que significa cisne em alemão) vem nadando rápido no mercado de maquiagem, que cresce com a aposta crescente das grandes marcas nesse segmento. Estima-se que cerca de 8% do faturamento total do mercado de higiene, perfumaria e cosméticos no país (de R$ 34 bilhões em 2012) venha do mercado de maquiagem. Mundialmente, a fabricante produz para marcas como Dior, Givenchy, Sisheido e Lancôme.

No mercado brasileiro, a Schwan aumentou em 10% o volume de encomendas para a Natura e em 40% para o grupo Boticário, que criou no ano passado uma nova unidade de negócios voltada principalmente para maquiagem. "Hoje trabalhamos com 100% da capacidade instalada", diz Amauri Gelbcke, gerente de armazenagem da empresa.

Segundo David, a empresa estuda a implantação de uma terceira máquina para fabricação de lapiseiras de olhos, em um investimento estimado em R$ 5 milhões para o próximo ano e capacidade para produzir 30 mil unidades por dia. A sede na Alemanha desenvolveu as próprias máquinas, o que reduz custos de produção. A empresa, porém, não tem florestas no Brasil. Os lápis são importados principalmente da República Tcheca e decorados na fábrica brasileira.

Parte da tecnologia de produção vem de um centro de desenvolvimento na Alemanha, onde 240 pessoas trabalham na área de pesquisa da companhia. Cada produto é desenvolvido exclusivamente para cada cliente, que é "dono" da fórmula do lápis.

Apesar de ser considerado uma "commodity", esse tipo de produto vem passando, a exemplo do que ocorre com outros itens de maquiagem, por uma revolução tecnológica, com o desenvolvimento de produtos que agregam vitaminas e funções antiidade, por exemplo.

Com a demanda aquecida, ele diz que a empresa teve dificuldade em atender as encomendas, o que deu origem a um plano de reestruturação para aumentar a produtividade. A meta é que esse indicador, por funcionário, suba de 20 mil para 35 mil peças por mês e reduza em 30% o tempo médio entre a produção e a entrega do produto aos clientes. A empresa emprega 190 funcionários e fatura R$ 100 milhões por ano no Brasil. Para este ano espera um aumento de 10% nos negócios.

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Origem

Grupo inventou a caneta marca-texto, na década de 70A Schwan pertence ao grupo Schwan-Stabilo, criado há 158 anos na pequena cidade de Heroldsberg, perto de Nuremberg, vizinha da sua principal rival nesse mercado, a também alemã Faber Castell. O comando está nas mãos da quinta geração da família fundadora da empresa, que, além de fabricante de lápis, foi pioneira em criar a caneta marca-texto Stabilo, na década de 70. Com faturamento de 500 milhões de euros, o grupo possui, além das divisões Schwan e Stabilo, a Deuter, especializada em produtos e equipamentos esportivos. O grupo emprega 4,3 mil pessoas.

A divisão de cosméticos foi criada em 1927, mas a produção foi interrompida durante a segunda guerra mundial e uma nova fábrica foi aberta em 1946. No último balanço financeiro, a divisão de cosméticos registrou faturamento de 264 milhões de euros, 10% mais que no exercício anterior, puxado principalmente pelas vendas na América Latina e na Ásia. Além do Brasil, a empresa tem fábricas no México, Estados Unidos, Alemanha, China, Indonésia, Colômbia e República Tcheca.

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