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Brasília (Folhapress) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) prevê para este ano a pior queda do Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio dos últimos dez anos. A expectativa pessimista tem como base os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), que projetam um PIB de R$ 520,59 bilhões para 2005, contra US$ 533,98 bilhões em 2004. No caso da agricultura, a queda prevista é de 16,8%, com um total de R$ 79,34 bilhões, contra R$ 95,43 bilhões no ano passado.

A quebra da safra de grãos atingida pela seca, com uma colheita 20 milhões de toneladas menor que o previsto, foi um dos principais fatores para a previsão de queda do PIB, segundo o Departamento Econômico da CNA. A produção da safra 2004/2005 foi de 113,5 milhões de toneladas, segundo dados da CNA, enquanto o esperado para o período era de 132 milhões de toneladas, de acordo com as primeiras previsões do governo para o ano agrícola.

A confederação também atribui a redução do PIB à diminuição dos preços internacionais, ocorrida devido à supersafra mundial de grãos, o que foi agravado, no caso brasileiro, pela valorização do real frente ao dólar, o que reduziu a competitividade da produção nacional e também a renda do produtor, segundo avaliação dos técnicos da CNA.

A queda de renda também já é um problema percebido pela pecuária brasileira. O setor espera encerrar o ano com um PIB de R$ 64,47 bilhões, 1,1% menor que os R$ 65,22 bilhões registrados no ano passado.

Nem mesmo os bons resultados das exportações de carne registrados antes do surgimento dos primeiros casos de febre aftosa não foram repassados aos criadores de gado de corte. A CNA prevê ainda como resultados do registro da doença o aumento da oferta de carne no mercado interno e uma queda ainda maior dos preços da carne.

Apesar do recorde nas exportações do agronegócio entre janeiro e outubro deste ano, com uma alta de 9,6%, a CNA alerta que o resultado reflete a crise enfrentada pela atividade rural. O saldo em dez meses foi de US$ 36,2 bilhões contra US$ 33 bilhões no mesmo período de 2004. Na avaliação dos técnicos da CNA, o crescimento das exportações não apresentam neste ano o vigor registrado no mesmo período do ano anterior, quando as vendas externas agronegócio cresciam a uma taxa de 29,5%.

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