Canal da Galheta, que dá acesso ao Porto de Paranaguá| Foto: Valterci Santos / Gazeta do Povo

Pontal do Paraná recebeu primeiro navio

Pontal do Paraná recebeu o seu primeiro navio neste final de semana. Atracou no último domingo, dia 26, uma embarcação que vinha da Turquia. A operação, que aconteceu em uma unidade offshore (uma instalação no mar) da Techint, foi fruto de um sistema especial montado pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), que criou um berço de atracação temporário.

De acordo com o diretor de Operações da Appa, Luiz Teixeira da Silva Junior, as peças – com dimensões variando entre 10 e 19 metros de largura por comprimentos que vão de 22 a 33 metros – não poderiam ser descarregadas no Porto de Paranaguá. "Em função desta dificuldade, fizemos uma adaptação para atender este descarregamento direto no canteiro de obras da empresa. Então, criamos mais um berço no sistema, como se fosse uma extensão do Porto de Paranaguá", afirma.

O navio trouxe 28 estruturas dos módulos que serão montados em Pontal e que integram o projeto P76, um navio-plataforma que está sendo construído pelo consórcio Technip/Techint para a Petrobras. A P76 será utilizada na exploração do pré-sal, com a capacidade de extração de 150 mil barris de petróleo por dia. A expectativa é de que todas as plataformas sejam desembarcadas em dez dias.

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A Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP) publicou nesta quarta-feira (29) o edital de licitação da dragagem de aprofundamento do Porto de Paranaguá. As propostas serão enviadas até o dia 11 de novembro e a licitação está marcada para uma semana mais tarde, no dia 19 de novembro. O valor máximo previsto no leilão é de R$ 368,6 milhões e a obra deve ser iniciada nos primeiros meses de 2015.

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A obra é considerada uma das mais importantes para o porto paranaense, pois aprofunda o canal de acesso ao porto e permite que navios ainda maiores possam atracar em Paranaguá. A dragagem de aprofundamento prevê a retirada de mais de 14 milhões de metros cúbicos de sedimentos ao longo de todo o canal e na bacia de evolução. A área externa do canal passará de 15 metros de profundidade para 16 metros. Na área, o canal passará de 13,5 metros para 15 metros de profundidade. O restante do canal e a bacia de evolução passarão a ter 14 metros de profundidade – hoje, são de 12 a 13 metros. Depois da obra, navios com calado de 12,8 metros de profundidade poderão atracar no porto, enquanto o limite atual é de 12,3 metros. "É uma obra muito aguardada e que é fundamental para manter Paranaguá como referência entre os portos do Brasil", afirma o superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Luiz Henrique Dividino. O projeto está na fila de obras do governo federal desde 2008.

A nova profundidade vai afetar diretamente a produtividade do Porto de Paranaguá. "Além de navios maiores, teremos uma possibilidade de operar com mais agilidade a todo momento", completa.

Trâmites

Com a licitação encerrada no próximo mês, a proposta volta para o Ibama para que a obra possa ser iniciada nos primeiros meses de 2015. A intervenção tem uma duração máxima prevista em edital de 18 meses. "Normalmente é uma obra de dura mais do que um ano para ser feita, pois o aprofundamento só pode ser feito quando não há nenhum navio passando pelo canal", explica Dividino.

Se eventualmente a safra de grãos de 2015 for fraca – o que é possível diante da perspectiva de um clima atípico causado pelo El Niño –, a entrega da obra pode até ser antecipada.

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O valor estimado de R$ 368,6 milhões prevê a elaboração dos projetos básico e executivo, a sucção de sedimentos de doze áreas do canal de acesso ao porto e mais três dragas transportadoras. O documento de licitação também permite que empresas de fora do país e consórcios participem do leilão.