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Empréstimos

Selic baixa não chega ao consumidor

Um Papa sorridente surpreendeu e agradou os fiéis brasileiros. | Rodolfo BUuhrer/Gazeta do Povo
Um Papa sorridente surpreendeu e agradou os fiéis brasileiros. (Foto: Rodolfo BUuhrer/Gazeta do Povo)

Apesar de o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central já ter cortado a taxa básica de juros (Selic) em 7,25 pontos porcentuais desde setembro de 2005, a redução ainda não surtiu efeito para o consumidor final. Segundo pesquisa do Procon de São Paulo divulgada ontem, a taxa média do cheque especial está em 8,29% ao mês em maio, uma redução de apenas 0,01 ponto porcentual em relação à pesquisa feita no mês passado. A taxa cobrada pelos bancos na modalidade de empréstimo pessoal está em 5,37% ao mês, na média, e também registra recuo de apenas 0,01 ponto em relação ao juro praticado em abril.

Desde setembro 2005, a taxa de empréstimo cobrada aos consumidores recuou 2,05 pontos porcentuais, enquanto a do cheque especial diminuiu somente 0,69 ponto porcentual.

De acordo com os técnicos do Procon-SP, apesar de os bancos conseguirem captar hoje recursos a custos mais baixos, os spreads bancários (diferença em relação à taxa final apresentada aos clientes) não foram reduzidos na mesma proporção.

A pesquisa do Procon mostrou que, em maio, a maior taxa de empréstimo pessoal é do Bradesco (5,55% ao mês) e a menor foi verificada no HSBC (4,59% ao mês). O Banco do Brasil diminuiu sua taxa em 0,65%, alcançando também os 4,59% ao mês.

Quanto aos juros do cheque especial, o Bradesco tem a taxa mais expressiva, com 7,99% ao mês, e o Banco do Brasil apresenta uma variação de -0,26%, ficando em 7,64% ao mês.

As instituições bancárias pesquisadas pelo Procon-SP este mês foram HSBC, Santander Banespa, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú, Safra, Nossa Caixa, Real e Unibanco.

Juro mais alto

Já a pesquisa mensal da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), baseada em critérios diferentes da pesquisa do Procon, mostra que houve aumento na taxa média de juros cobradas da pessoa física em abril – de 7,35% ao mês para 7,36% ao mês, aumento de 0,01 ponto porcentual. Já os juros para a pessoa jurídica permaneceram estáveis.

Das seis linhas de crédito para pessoa física pesquisadas, uma apresentou estabilidade (cartão de crédito), duas foram reduzidas (cheque especial e CDC de bancos) e três foram elevadas (juros do comércio, empréstimo pessoal em bancos e empréstimo pessoal em financeiras).

Com a elevação de 0,01 ponto porcentual na média, os juros para pessoa física chegam a 134,48% ao ano – a maior taxa de juros média desde fevereiro.

Nas operações de crédito para pessoa jurídica, das quatro linhas de crédito pesquisadas, duas foram reduzidas (desconto de cheque e conta garantida) e duas foram elevadas (capital de giro e desconto de duplicatas).

Com isso, a taxa de juros média para pessoa jurídica apresentou estabilidade, ficando em 4,17% ao mês (63,27% ao ano) em abril de 2007, mesma taxa de juros média de março. É a menor taxa de juros média desde agosto de 2001.

Desde setembro de 2005, o Banco Central reduziu a Selic em 7,25 pontos porcentuais (queda de 36,71%), de 19,75% ao ano em setembro de 2005 para 12,50% ao ano em abril deste ano. Neste período, a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma redução de 6,64 pontos porcentuais (queda de 4,71%).

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